Dando continuidade à programação da 7ª edição do RCN em Ação 2025 – AMCHAM Talks Campo Grande, Marcelo Nóbrega, ex-diretor de Recursos Humanos do McDonald’s, conduz agora uma palestra sobre as transformações no mundo do trabalho e os impactos da tecnologia na gestão de pessoas.
Com um público de mais de 150 executivos, ele aborda como novas gerações, inteligência artificial e modelos híbridos desafiam as lideranças e exigem novas práticas.
Tecnologia e novas gerações mudando regras do jogo
Nóbrega iniciou a fala perguntando quantos profissionais de RH estavam no auditório e destacou como o ambiente corporativo mudou radicalmente.
“Aconteceu justamente na nossa vez: um monte de mudanças simultâneas, bruscas, mudando tudo no mundo. As regras eram mais fáceis de dominar, agora muda tudo”, disse.
Ele usou um vídeo interativo com inteligência artificial para ilustrar como a tecnologia está incorporada ao cotidiano e como as novas gerações já interagem naturalmente com ela.
Liderança em tempos de incerteza
Para o ex-diretor do McDonald’s, a crise atual é menos sobre tecnologia e mais sobre liderança.
“Temos uma crise de liderança. Não funciona mais fazer gestão da maneira que fazíamos antes. As pessoas têm mais opções e poder de decisão, e isso muda a relação com o trabalho”, avaliou.
Nóbrega chamou atenção para fenômenos como a longevidade profissional, a multiplicidade de carreiras e a dificuldade de retenção de talentos.
“Não vou trabalhar a vida inteira na mesma empresa, nem fazer a mesma coisa. A retenção hoje precisa ser repensada, porque as pessoas têm mais poder de escolha”, completou.
Desafios para gestores e RH
Segundo Nóbrega, os gestores intermediários (“middle managers”) são os mais pressionados pela transformação digital, pela diversidade e pelos modelos híbridos.
“Eles querem voltar para os modelos antigos porque lembram como era fácil no escritório, mas precisam descobrir novas maneiras de trabalhar neste mundo digital”, afirmou.
Ele ainda apresentou dados mostrando que, nos Estados Unidos, mais CEOs foram demitidos em 2024 e que no Brasil cresceu o número de pedidos de demissão voluntária — sinais de um ambiente de trabalho em transição.