Com intuito de incentivar a adoção crianças e adolescentes, o estado criou a semana "Adoção Tardia em MS", prevista para acontecer no próximo mês. Durante o período, ações de publicidade sobre os procedimentos, além da apresentação de dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), serão intensificados. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Geração Amanhã, divulgada em maio deste ano, 4.046 crianças e adolescentes estão na fila de espera da adoção. Em contrapartida, 33.091 pessoas estão cadastradas para adotar.
Mesmo tardia, a adoção é sempre bem-vinda. A pedagoga Renata Lucena de Araújo (38), afirma ter feito uma das melhores escolhas da vida. Em 2011, ela adotou duas crianças, um menino de 6 e uma menina de 2 anos. “Quando pensamos em adotar, queríamos uma criança de até três anos, bem o perfil que as pessoas desejam. Entendendo a situação das crianças no abrigo e de todo o processo, nós percebemos que seria mais fácil para eles e para nós adotar mais de um. Quando vem dois, um se apoia no outro”, afirmou.
Renata conta que a parte mais difícil do processo foi a escolha do perfil das crianças, “É uma sensação muito complicada, parece que você está escolhendo um produto na prateleira” contou. Muitas vezes a preferência é por bebês e a porcentagem dos candidatos vai caindo gradativamente conforme a idade da criança, chegando a menos de 1% dos 8 anos em diante.
O projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, destaca que cerca de cinco mil crianças e adolescentes aguardam a adoção, enquanto que 35 mil pessoas estão inscritas como pretendentes no Cadastro Nacional de Adoção.
Com a nova lei estadual, de forma anual, a primeira semana de setembro será dedicada a ações de adoção tardia. Os eventos serão realizados em cooperação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, tendo também a participação dos grupos de apoio à adoção que atuam em Mato Grosso do Sul.