
O número de mulheres responsáveis por famílias em Mato Grosso do Sul cresceu nos últimos doze anos e se aproxima da proporção de homens nessa condição, segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre as 774.186 famílias registradas no estado, 46,6% têm mulheres como responsáveis pelo domicílio, enquanto 53,4% são chefiadas por homens. Em 2010, essa diferença era bem maior: 64,6% contra 35,4%.
O levantamento aponta que as transformações culturais e sociais explicam esse avanço feminino, impulsionado pelo aumento do nível de escolaridade, da inserção no mercado de trabalho e pela redução da fecundidade. Em muitos casos, as mulheres tornaram-se a principal referência familiar, sobretudo em arranjos sem cônjuge e com filhos – mães solo.
As famílias compostas por casais com filhos continuam predominando em Mato Grosso do Sul, somando 323,6 mil — o equivalente a 41,8% do total. Casais sem filhos representam 25,1%, enquanto lares chefiados por mulheres sem cônjuge e com filhos correspondem a 12,6%. Entre essas mulheres, 17,6% têm ensino superior completo, proporção superior à dos homens que vivem com filhos sem companheira (13,4%).
O estudo também mostra avanço na escolaridade geral dos responsáveis pelos domicílios. Em 2010, metade das pessoas à frente das famílias tinha apenas o ensino fundamental incompleto. Em 2022, esse grupo caiu para 35,1%, enquanto os que possuem ensino médio completo ou superior incompleto subiram para 29,7%, e os com nível superior completo chegaram a 19,1%.
Outro dado do levantamento revela que 90,3% das famílias sul-mato-grossenses vivem em domicílios com apenas um núcleo familiar, contra 9,7% de arranjos conviventes — lares com mais de uma família.
A maioria das famílias de MS estava na faixa de metade e um salário mínimo (29,9%), seguidas pelas que tinham renda per capita de 1 a 2 salários mínimos (29,2%).