Marcelo Nóbrega afirmou que adaptabilidade e diversidade serão as principais competências do mercado de trabalho nos próximos anos. Ex-diretor de Recursos Humanos do McDonald’s, ele apresentou no RCN em Ação 2025 – AMCHAM Talks Campo Grande uma palestra sobre liderança adaptável, equipes de alta performance e novos formatos de organização.
Com o auditório lotado, destacou holocracia, motivação transcendental e a importância da confiança como base de times eficientes.
Novos modelos organizacionais e motivação
Marcelo Nóbrega citou livros e exemplos práticos para mostrar como empresas ao redor do mundo estão abandonando hierarquias tradicionais para adotar células autônomas, decisões por consentimento e estruturas mais ágeis.
“Adaptabilidade é a grande competência que a gente precisa nos próximos anos. E diversidade é a solução para a complexidade”, afirmou.
Ele destacou três dimensões de motivação para líderes: intrínseca (gostar do que se faz), extrínseca (ser reconhecido pelo que faz) e transcendental (impacto em outras pessoas).
“Para ocupar uma posição de liderança, você precisa querer ter impacto em outras pessoas. Ajudar outras pessoas a brilhar”, disse.
Liderança em situações de crise
O ex-diretor do McDonald’s reforçou que não existe um único estilo de liderança para todos os momentos, defendendo que líderes aprendam a navegar por diferentes modelos conforme o contexto.
“Comando e controle é essencial em situações de crise, mas não pode ser a regra em momentos normais. O time tem que ter confiança em você e você precisa ser previsível”, afirmou.
Nóbrega relembrou que, durante a pandemia, muitos líderes reagiram com excesso de trabalho e necessidade de controle, quando o ideal era foco, disciplina e comunicação transparente.
“O papel do líder em uma crise é ser a fonte de informação. Não é fazer tudo ao mesmo tempo. É focar no essencial e mostrar vulnerabilidade para engajar a equipe”, completou.
Confiança e equipes de alta performance
Na parte final da fala, Marcelo Nóbrega abordou o conceito de confiança como eixo central de times eficientes, usando o voleibol como metáfora para colaboração.
“O atacante depende do levantador, que depende do líbero. Eles confiam porque treinam juntos. É a confiança que faz uma equipe funcionar bem”, disse.
Para ele, proximidade, feedback claro e diversidade de pensamento são indispensáveis para construir times inovadores e resilientes.
“Se todo mundo na sua equipe pensa igual a você, você perde diversidade. E sem diversidade você não consegue inovar”, alertou.