A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, nesta quarta-feira (23), a Operação Portare, que apura um esquema de superfaturamento e fraudes na contratação de veículos para o atendimento da saúde indígena. Em Campo Grande, uma empresa de locação de automóveis, localizada na Avenida Fernando Corrêa da Costa, foi alvo de mandado de busca e apreensão. A investigação envolve contratos firmados com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Cuiabá.
Segundo a Polícia Federal, os contratos em análise somam R$ 25 milhões e foram firmados entre 2023 e 2025, em caráter emergencial. A suspeita é de que parte dos pagamentos tenha sido realizada mesmo sem a devida prestação dos serviços contratados. As investigações tiveram início a partir de denúncias anônimas, que relataram inexecução contratual, favorecimento a empresas e acertos prévios entre empresários e agentes públicos.
A empresa investigada na Capital foi fundada em 2014 e atua no setor de transporte de passageiros, com foco na locação de veículos com motorista. Equipes da PF estiveram no local por volta das 8h, mas o proprietário não foi encontrado. Um advogado compareceu ao endereço, mas preferiu não se manifestar.
A Operação também cumpre mandados judiciais em outros seis municípios: Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis (MT), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Boa Vista (RR). O prejuízo ao erário identificado até o momento é de R$ 1,3 milhão. A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens de dez investigados, totalizando R$ 20 milhões, e o afastamento de dois servidores públicos de suas funções.
De acordo com a PF, o objetivo da operação é aprofundar as apurações e responsabilizar os envolvidos por crimes como corrupção, fraude em licitação e desvio de recursos públicos. O foco principal da investigação é garantir a correta aplicação dos recursos destinados à saúde indígena.