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Polícia Civil se pronuncia sobre nova morte de indígena em Amambai

Equipes policias ainda procuram outra vítima que acabou fugindo com medo de ser baleada

Movimentação de policiais e indígenas logo após o crime - Foto: Reprodução redes sociais
Movimentação de policiais e indígenas logo após o crime - Foto: Reprodução redes sociais

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS) divulgou uma nota sobre a morte do indígena Márcio Rosa Moreira (40), assassinado durante "suposta" emboscada no município de Amambai, nesta quinta-feira (14). Segundo o boletim de ocorrência, a vítima foi encontrada caída, após ser atingida por disparo de arma de fogo. Marcio chegou ao local em uma moto com outro colega na garupa, que acabou fugindo por um matagal com medo de ser assassinado. A polícia realiza buscas na região. 

Coforme relato de testemunhas, as vítimas se encontraram com mais dois indivíduos que também estavam em motocicleta no loteamento conhecido como Residencial Anali. Pouco tempo depois, foram ouvidos disparos e após ser atingido, Marcio correu para se esconder em uma construção mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Ainda não há informações sobre o paradeiro dos suspeitos. 

Segundo a PC, três pessoas já foram ouvidas e outras foram intimadas à prestarem esclarecimentos. Uma mulher que compareceu ao local do crime, se identificou à polícia como tia de Marcio. Ela disse que o sobrinho teria sido contratado para realizar um serviço de pedreiro no local. Após ser intimada para prestar depoimento, a testemunha não foi mais encontrada. 

Os indígenas apontaram um rapaz que está em regime semi aberto, como autor do crime. O homem foi interrogado, entregou o celular à polícia e em seguida, foi submetido a reconhecimento facial. As vítimas alegaram não ser um dos suspeitos e o rapaz foi liberado. O celular de Marcio também foi apreendido e será encaminhado para perícia.

O Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS) chegou a realizar inspeção em território indígena Guapoy Mirim, na zona rural do município de Amambai. A ação que teve parceria da Polícia Federal, aconteceu na última semana, porém, o MPT só divulgou as informações nesta quinta-feira (14).

Durante a visita, agentes da PF fizeram questionamentos aos membros da comunidade indígena Kaiowá, para apurar quais circunstâncias levaram ao conflito com a polícia militar, que resultou na morte de Vitor Fernandes, de 42 anos, no último dia 24 de junho. 

De acordo com o MPT, as informações coletadas na aldeia foram repassadas ao Ministério Público Federal (MPF), que instaurou procedimento preparatório para acompanhar toda a situação. Em nota, a Polícia Federal informou que compete ao MPF "garantir a integridade de comunidades indígenas, quando estas se encontrarem em risco", finaliza o documento. 

Na semana passada, a Justiça Federal de Ponta Porã indeferiu um pedido para despejar os Guarani-Kaiowá da área Guapoy, em Amambai. A solicitação foi feita pelo proprietário da fazenda que ocupa, atualmente, a região.

1º vítima de confronto  

Vitor Fernandes foi assassinado durante conflito com policiais militares na fazenda Borda da Mata em Amambai, no dia 24 de junho. Após o homicídio, indígenas ocuparam o território denominado pela comunidade como Guapo'y Mirim.

O enterro foi realizado após uma autorização do Ministério Público Federal (MPF), em acordo com os donos da fazenda para que também fossem permitidos cultos e atividades religiosas no local. Durante o sepultamento de Vitor, esposa, familiares e amigos se mostraram indignados com a situação. 

A área de retomada vive tensão há mais de dois meses. No fim de maio, um ato de ocupação pelos indígenas foi feito, mas logo a situação foi controlada. Contudo, no dia 23 de junho uma nova retomada foi feita como protesto contra a instituição de Marco Temporal que deve dificultar a demarcação de novas terras indígenas no Brasil.