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MS em fase final para retirada da vacina contra à febre aftosa

Com R$ 30 milhões em fundo público, estado continua com mapeamento estratégico para garantir segurança sanitária

Mato Grosso do Sul já possui um fundo privado de R$ 5 milhões com apoio da Famasul, para investimentos no setor - Foto: Thais Cintra/CBN
Mato Grosso do Sul já possui um fundo privado de R$ 5 milhões com apoio da Famasul, para investimentos no setor - Foto: Thais Cintra/CBN

Campo Grande recebeu o V Fórum do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa) nesta quarta-feira (23). Durante o evento realizado na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), autoridades estaduais e nacionais, apresentaram resultados alcançados nas ações contra à doença no Brasil.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, Mato Grosso do Sul criou uma composição de fundo público, através da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), e conta com recursos na casa dos R$ 30 milhões de reais.

“Antes, nós não tínhamos esse valor, era zero e hoje temos R$ 30 milhões do fundo público. Sempre teve a questão do fundo privado, a obrigatoriedade como um dos quesitos para que a gente pudesse pleitear a retirada da vacina. E de onde viria esse recurso? Foi inclusa mais uma taxação para o produtor rural e nós numa inteligência tributária, decididos pegar parte do recurso que o produtor já paga para elaborar um fundo privado, e já temos R$ 5 milhões”, explica.

Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa no Brasil, Geraldo Marcos de Moraes, de 2019 a 2020, o país investiu cerca de R$ 225 milhões para a imunização para a imunização de rebanhos e outras ações voltadas para o combate à doença. 

“Estamos elaborando um mapeamento de risco, onde os estados que já participaram tiveram resultados positivos. Rondônia por exemplo, tem 61,15% da região mapeada. Fizemos simulação de ocorrência da febre aftosa em algumas regiões brasileiras entre 2020 e 2021. Calculamos quanto de vacina precisaríamos para intervenção em um pior cenário, de 10 a 20 dias de doença, cerca de 2 milhões de doses”, ressaltou.

Avaliação do Mapa  

O Mapa prevê contratação de um banco de vacinas para ter mais segurança, caso ocorra algum registro da aftosa. O diretor da Iagro, Daniel Inglod, falou sobre as ações daqui em diante. “Dia 28 de novembro vai começar um monitoramento interno que seguirá a cada três meses. No estado , já temos 10 volantes que estão em região de fronteira para fiscalização.

Para o reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) exige a suspensão da imunização contra à doença e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses.

Até o momento, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

O evento também contou com a participação de representantes de sindicatos rurais no estado. Para Fábio Macedo, médico veterinário e presidente do Sindicato Rural de Paranaíba, a entrada de Mato Grosso do Sul na lista de estados brasileiros, livre da vacinação contra à febre aftosa em 2023, traz novas aberturas de mercado.

“Pra quem é produtor rural, lembrar as imagens de focos da doença no sul do estado, com valas de animais sendo enterrados e o prejuízo causado por aquilo ainda dói. E a gente chegar num cenário, onde podermos ser declarados livres de vacinação sem a doença, é fruto do trabalho de muitos órgãos, serviços de inspeção no estado e entidades que representam os produtores como Famasul e sindicatos. Temos a condiçãosanitária sonhada e agora podemos conquistar novos mercados”, destaca.