
Mato Grosso do Sul tem o sexto maior percentual de dissoluções conjugais do país (19,1%) e o sétimo maior índice de pessoas vivendo em união, reflete um cenário de transição nos vínculos afetivos e familiares, no qual os laços seguem fortes, mas cada vez mais fora do formato tradicional.
O Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 53% da população sul-mato-grossense de 10 anos ou mais, o equivalente a 1,2 milhão de pessoas, vivia em união conjugal em 2022, proporção semelhante à registrada em 2010, de 52,2%. No mesmo período, aumentou o número de pessoas que já viveram união, mas estão separadas — de 15,4% para 19,1%. Em contrapartida, diminuiu o percentual das que nunca se uniram, que passou de 32,4% para 27,9%.
Entre os municípios, Paraíso das Águas tem a maior proporção de pessoas em união conjugal, com 63,9%, seguido de Jateí e Inocência. Já Paranaíba lidera o grupo dos que não vivem mais em união, mas já foram casados ou tiveram companheiros.
O estudo também revela diferenças por idade e gênero. Mulheres com até 39 anos se unem mais do que homens da mesma faixa etária, 46,1% contra 38,8%. Entre 40 e 49 anos, a tendência se inverte: há maior proporção de homens em união (22,9%) do que de mulheres (22,5%). A diferença aumenta nas faixas etárias mais altas, chegando a quase seis pontos percentuais entre pessoas com 60 anos ou mais — 20,2% entre os homens e 14,7% entre as mulheres.
A religião aparece como fator de influência na forma de união. Evangélicos registram as maiores taxas de casamento civil e religioso, enquanto uniões consensuais predominam entre pessoas sem religião, adeptas de umbanda e candomblé e entre povos indígenas.