
As obras de restauração da Igreja de São Benedito e de requalificação do entorno da Comunidade Tia Eva, em Campo Grande, estão previstas para começar no dia 13 de janeiro de 2025.
O projeto, já licitado, inclui intervenções planejadas para preservar a história do território quilombola sem interromper a rotina, a fé e as celebrações tradicionais da comunidade.
Com investimento de R$ 2,213 milhões e prazo de execução de 540 dias, a obra prevê o restauro arquitetônico da igreja e a conservação de bens históricos, como o sino, o busto de Tia Eva e o cruzeiro de madeira.
Também está prevista a requalificação completa do espaço comunitário, com melhorias estruturais e urbanísticas.

Durante reunião com moradores, foram apresentados os prazos, as etapas da obra e a forma como os trabalhos devem ser conduzidos. O cronograma foi organizado levando em consideração o calendário cultural da comunidade, com atenção especial à Festa de São Benedito, realizada anualmente em maio e considerada o principal evento religioso e cultural da Tia Eva.
De acordo com o planejamento, as intervenções no salão comunitário — local onde ocorrem as festividades — foram ajustadas para não comprometer a realização da festa no próximo ano. A proposta é que o espaço continue sendo utilizado pela comunidade enquanto as obras avançam.
Outro ponto considerado é o centenário da Comunidade Tia Eva, celebrado em novembro. A expectativa é que a restauração da Igreja de São Benedito esteja concluída até essa data, permitindo que a comemoração ocorra em um espaço restaurado e seguro.
Além da igreja, o projeto inclui a reformulação do barracão de eventos, com nova cozinha, área de churrasqueira, espaço para bar, palco, área de serviços e reforma dos banheiros.
O local também será adequado às normas de acessibilidade e às exigências de prevenção contra incêndio e pânico.
A revitalização prevê ainda a implantação de um espaço educacional, depósito de material de limpeza, banheiro acessível e um Centro de Atendimento ao Turista (CAT), com foco no fortalecimento do turismo cultural e na geração de oportunidades para a comunidade.
Áreas verdes, praça de convivência e melhorias no acesso às residências localizadas ao fundo do terreno também integram o projeto.
“Essa obra não é apenas sobre levantar paredes ou realizar restauro. Trata-se de pertencimento, de preservar memórias e garantir que a história se perpetue no futuro”, afirmou o gerente de Projetos da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), Adanilto Junior.
Reconhecida como um dos principais territórios quilombolas urbanos do país, a Comunidade Tia Eva concentra parte importante da memória afro-brasileira em Mato Grosso do Sul.
A proposta é que as intervenções reforcem esse valor histórico e cultural sem descaracterizar a identidade construída ao longo de mais de um século.
*Com informações da Agesul