Uma onça-pintada foi fotografada em frente à delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Corumbá, que fica na rodovia Ramão Gomes, de acesso do Brasil com a Bolívia. O trecho é muito movimentado diariamente, com trânsito de caminhões e carros de passeio. A via é a principal para acessar a Bolívia e caminho para a exportação e importação de cargas.
O avistamento ocorreu nas primeiras horas desta quarta-feira (22), quando ainda havia pouco trânsito de veículos. Policiais rodoviários federais que trabalham na unidade fizeram o registro. O animal percorreu toda a frente da unidade, que estava com os portões fechados.
O coordenador do programa Felinos Pantaneiros, Diego Viana, esclarece que esse tipo de registro é considerado comum diante da localização do local, que fica às margens do canal Tamengo, no meio do Pantanal. Ele ainda pontua que outros registros já foram feitos nas proximidades e os motoristas devem atentar-se para evitar atropelamentos.
“O animal veio no sentido Bolívia-Corumbá, saindo do lado direito e indo para o lado esquerdo. Do lado direito tem uma cerca de arame, pode ser que essa onça-pintada veio margeando a cerca de alguma área e acabou entrando na mata ali perto da PRF, algo normal. Ano passado, uma outra onça-pintada foi encontrada ali perto e acabou atropelada, infelizmente. É uma área que as pessoas devem redobrar a atenção”, explica Viana.
O programa Felinos Pantaneiros, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), apoia ação em conjunto com a Polícia Militar Ambiental (PMA) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para reduzir o número de atropelamento de animais silvestres na rodovia BR-262, que corta o Pantanal.
Com o período de chuvas e aumento do nível de rios no Pantanal, os animais têm se movimentado e acabam cruzando estradas. A rodovia Ramão Gomes é continuidade da BR-262 para acesso à Bolívia e compreende trecho específico entre Corumbá e a fronteira, onde está o município boliviano de Puerto Quijarro.
Entre 2016 e 2023, 17 onças-pintadas morreram vítimas de atropelamento na BR-262, no trecho de cerca de 200km entre Miranda e Corumbá. Na lista vermelha da União Nacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), a espécie é classificada como quase ameaçada.