A onça-pintada capturada após o ataque que resultou na morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, no Pantanal Sul-mato-grossense, “apresenta evolução clínica positiva, respira normalmente, se alimenta bem e mantém quadro de saúde estável”.
O boletim divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, informa ainda que o animal, um macho de 94 quilos, deve ser transferido nos próximos dias.
O Cras ainda não divulgou para onde a onça será levada. No boletim anterior, divulgado em 6 de maio, o Governo do Estado já havia informado que o animal apresentava comportamento compatível com a espécie, principalmente à noite, e estava alerta, consciente e se alimentando normalmente.
O caso
Jorge Ávalo, conhecido como Jorginho, foi atacado no dia 21 de abril em uma área de pesqueiro na região conhecida como Touro Morto, em Aquidauana (MS).
O laudo necroscópico, realizado em restos mortais da vítima e emitido pelo Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana, confirmou que a causa da morte foi uma mordida de animal carnívoro de grande porte – identificado como onça-pintada – na lateral do crânio. Esse ataque provocou um choque neurogênico agudo, lesão que comprometeu a comunicação entre cérebro e corpo, levando à morte imediata da vítima.
O documento também indica que a vítima ainda tentou se defender do ataque, pois apresentava lesões vitais e ferimentos no braço direito compatíveis com sinais de defesa.
O laudo ainda descarta qualquer interferência humana na causa dos ferimentos, reforçando a autoria do ataque pelo animal. Marcas de mordidas e ausência de órgãos internos indicam que houve predação após a morte.
Apesar da confirmação da causa da morte, o caso ainda não foi encerrado. A Polícia Civil aguarda os resultados de exames laboratoriais em amostras de fezes da onça capturada, nas quais foram encontrados ossos e cabelos.