Os moradores de Campo Grande enfrentaram uma manhã de transtornos nesta quarta-feira (22) após motoristas do transporte coletivo cruzarem os braços em protesto contra o atraso no pagamento do vale.
Nenhum ônibus saiu das garagens nas primeiras horas do dia, e os terminais, que normalmente ficam lotados, amanheceram completamente vazios. A paralisação, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano (STTCU), foi motivada por um impasse financeiro entre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura.
De acordo com o sindicato, a frota deveria voltar a circular gradualmente a partir das 6h30, caso houvesse avanço nas negociações. Enquanto isso, quem precisava chegar ao trabalho ou à escola recorreu aos aplicativos de transporte, que registraram aumento imediato nos preços das corridas.
Serviço foi restabelecido após uma hora
Em nota, o Consórcio Guaicurus informou que a circulação normal das linhas foi retomada às 6h, após cerca de uma hora de paralisação. A empresa reconheceu as dificuldades financeiras e afirmou enfrentar “severas restrições de caixa”, que afetam o cumprimento de obrigações salariais e contratuais.
O consórcio também destacou que o problema está relacionado ao desequilíbrio estrutural do sistema, agravado pela defasagem tarifária e pela falta de repasses. Segundo o comunicado, há R$ 9 milhões em negociação com o poder público, e a empresa “lamenta o transtorno causado à população”.
“As equipes estão empenhadas em buscar soluções e manter o serviço funcionando. O foco é restabelecer a tranquilidade e a previsibilidade do transporte”, afirmou o consórcio.
Prefeitura promete apurar causas da paralisação
A Prefeitura de Campo Grande confirmou a paralisação parcial no início da manhã e disse que o serviço foi normalizado pouco antes das 7h. Em nota, informou que mantém diálogo permanente com o Consórcio Guaicurus para evitar novas interrupções.
“O Município segue acompanhando a situação e adotará medidas para impedir que o problema se repita”, disse a administração municipal.
De acordo com edital publicado pelo Sindicato dos Motoristas, a categoria convocou uma assembleia geral para o dia 27 de outubro, quando deve discutir os atrasos no pagamento do adiantamento salarial.