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INTEGRAÇÃO

Ponte da Rota Bioceânica atinge 75% de execução e deve ser concluída no segundo semestre de 2026

Autoridades brasileiras e paraguaias alinharam etapas finais da obra durante reunião em Porto Murtinho

Ponte da Rota Bioceânica atinge 75% de execução e deve ser concluída no segundo semestre de 2026

Com 75% da estrutura principal concluída, a Ponte Internacional da Rota Bioceânica — que liga Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai — tem previsão de conclusão para o segundo semestre de 2026. O cronograma atualizado foi apresentado nesta quarta-feira (31), durante a 10ª Reunião da Comissão Mista da Ponte Bioceânica, realizada em Porto Murtinho, com participação de autoridades brasileiras e paraguaias.

A reunião contou com a presença do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Daniel Falcon, e do chanceler paraguaio, Bras Felip, além de representantes dos governos estaduais, municipais e de instituições federais como Receita Federal, Polícia Federal, Marinha e Itaipu Binacional.

Considerada peça-chave para a consolidação do Corredor Rodoviário de Capricórnio, a ponte terá 1.294 metros de extensão por 21 metros de largura e integra o projeto da Rota Bioceânica, que pretende conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, atravessando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A expectativa é de redução de até 30% nos custos logísticos e de 15 dias no tempo de transporte de mercadorias entre o Mercosul e os mercados asiáticos, em comparação com a rota marítima tradicional pelo Canal do Panamá.

Além da ponte, o Brasil também avança na construção das obras de acesso à estrutura – o trecho de 13,1 km está com cerca de 17% concluído. Neste trajeto estão previstas quatro pontes intermediárias, sendo uma delas com quase 700 metros de extensão, devido à travessia de uma área alagada.

Durante o encontro, foram discutidos pontos estratégicos para a conclusão do projeto, como a implantação de infraestruturas alfandegárias integradas e a possibilidade de construção de um porto seco em Porto Murtinho. Segundo a Receita Federal, o fluxo inicial estimado pela nova ligação é de 250 caminhões por dia, com potencial de crescimento à medida que a Rota se consolide como alternativa logística entre o Mercosul e a Ásia.

O secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, destacou o compromisso dos governos envolvidos com a finalização do projeto. “Tivemos a confirmação de que todas as obras, inclusive os acessos e estruturas alfandegárias, estarão prontas até o fim de 2026. Isso reforça a prioridade que essa obra tem para Mato Grosso do Sul e para o país”, afirmou.

A implantação de um Centro Integrado de Alfândega (ACI), com cabeceira única, também foi tema de alinhamento entre os países. O Paraguai deverá apresentar, nas próximas semanas, as demandas específicas de infraestrutura — como número de salas e equipamentos — para que o Brasil elabore o projeto executivo da estrutura.

Outro ponto abordado foi o andamento do aditivo do Acordo da Ponte, que trata da divisão de responsabilidades tributárias entre os países. O texto já está em tramitação no governo brasileiro e deverá ser encaminhado ao Senado Federal.

A possibilidade de novas conexões também entrou em pauta como o estudo da construção de uma ponte sobre o rio Apa, entre Bela Vista (MS) e Bella Vista Norte (Paraguai), para ampliar a integração viária regional e reforçar a estrutura da Rota Bioceânica.