A irresponsabilidade dos gestores da Saúde em Campo Grande provocou a paralisação dos transplantes de órgãos em Mato Grosso do Sul. Após 15 anos de parceria com o Laboratório Biomolecular, o único no Estado a realizar exames de compatibilidade de doador e receptor, os gestores da prefeitura “descobriram” ser do governo do Estado a responsabilidade pela remuneração dos serviços.
Esse foi o tema abordado na coluna CBN em Pauta desta quinta-feira (18), pelo jornalista Edir Viégas, que fez duras críticas ao secretário municipal de Saúde, José Mauro Pinto de Castro Filho, ao ex-prefeito Marquinhos Trad e à prefeita Adriane Lopes.
Desde o ano de 2007 o laboratório possui contrato com a prefeitura para realizar esses exames. Em 2016, o contrato foi renovado, mantendo-se as mesmas cláusulas e a remuneração pela tabela SUS.
O dinheiro para o pagamento dos serviços é enviado pelo governo federal diretamente para os cofres da prefeitura, que sempre fez os pagamentos.
Mas, de repente, o secretário José Mauro “descobriu” que não deveria mais pagar. Para justificar, ele cita a portaria 2600/2009 que regulamenta o Sistema Nacional de Transplantes.
“E simplesmente não renovou o contrato, abandonando à própria sorte mais de 150 pessoas que estão na fila de transplante de rim, mais de 300 à espera de córneas e ao menos 5 na fila der espera por um coração”, disse o jornalista, que caracterizou como “irresponsabilidade criminosa” o comportamento do gestor da Saúde.
“Ora, a prefeitura sempre pagou pelos serviços do laboratório. Nesse período, desde 2007, o Denasus, órgão do Ministério da Saúde que administra e fiscaliza a aplicação do dinheiro, nunca glosou nenhum desses pagamentos. E por que só agora ele vem com essa conversa fiada de que a prefeitura não deve mais pagar?”, questionou.
O município não tira um centavo do próprio bolso para pagar por esses serviços. Tudo é bancado pelo governo federal. Confira a coluna completa: