
A psicóloga Giseli Oliveira fez um alerta no programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande, sobre os impactos do uso excessivo das redes sociais na saúde mental, especialmente de crianças e adolescentes.
Ela defendeu que o debate sobre prevenção ao suicídio e promoção da saúde emocional precisa ocorrer durante todo o ano, e não apenas no Setembro Amarelo.
Redes sociais: potencial de bem e de risco
Segundo Giseli, embora a internet e as redes sociais possam trazer benefícios, o uso intenso — aliado a uma estrutura psíquica frágil — pode provocar efeitos negativos. “O excesso de dopamina no médio e longo prazo pode trazer tédio e apatia, deixando a pessoa mais propícia à depressão e a outros males”, explicou.
Crianças sem resiliência no mundo real
Para a psicóloga, um dos maiores problemas está na comparação entre o “mundo ideal” exibido na internet e o “mundo real”. Ela alerta que crianças expostas em excesso a conteúdos digitais perdem oportunidades de desenvolver resiliência para lidar com frustrações, esperas e limites próprios da vida cotidiana.
“Essas crianças acabam adquirindo uma visão distorcida de si mesmas e do mundo”, afirmou.
Idealização precoce e culto ao corpo
Giseli também observou que a entrada precoce na adolescência intensifica o desejo de imitar padrões de celebridades e influenciadores digitais. “Existe muito procedimento estético e transformação por trás daquilo que é exibido, mas crianças e adolescentes não têm sistema cognitivo para diferenciar isso. O culto ao corpo e às personalidades é muito nocivo quando não há orientação dos pais”, disse.
Sinais de alerta para pais e adultos
A psicóloga reforçou que os impactos não atingem apenas os mais jovens. Adultos também se deixam levar pela idealização exagerada de relacionamentos e padrões de vida perfeitos.
Ela recomendou atenção aos sinais de alerta: isolamento excessivo, distorção da autoimagem, autodepreciação, tristeza persistente, apatia e perda de interesse por atividades antes prazerosas.
“A depressão não é uma tristeza; é uma apatia, uma falta de força e vontade de viver. Todos esses são sinais de alerta”, explicou.
Suicídio entre adolescentes e busca de ajuda
Giseli destacou a urgência do tema ao lembrar que, no mundo, a cada 40 segundos ocorre um suicídio, sendo essa a quarta causa de morte entre adolescentes. Ela reforçou a importância de quebrar tabus e buscar auxílio profissional diante dos primeiros sinais de sofrimento emocional.
“Não é frescura, é sinal de alerta. Busque ajuda, cuide da sua saúde mental, cuide da sua vida”, aconselhou.
Confira a entrevista na íntegra: