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Quase 8 mil pessoas esperam por cirurgia eletiva na capital

Impactada pela paralisação das eletivas na Santa Casa, idosa de 70 anos aguarda reagendamento de cirurgia no quadril, que teria sido evitada com procedimento no joelho, cancelado há 4 anos

Sesau informou que há uma fila com 7.800 cirurgias eletivas - Foto: Reprodução
Sesau informou que há uma fila com 7.800 cirurgias eletivas - Foto: Reprodução

Em sete dias de paralisação dos atendimentos eletivos na Santa Casa de Campo Grande a fila de procedimentos cirúrgicos além de estagnar, aumentou. Conforme o hospital, diariamente são realizadas, em média, de 65 a 70 cirurgias, chegando a 455 procedimentos suspensos entre 2 a 9 de agosto.

Uma das pessoas atingidas pela paralisação, causada pelo não acordo entre Santa Casa e Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), foi a dona de casa de 70 anos, Juçara Pedroso Rodrigues. Com cirurgia no quadril marcada para 4 de agosto, a família recebeu a notícia de que o procedimento não aconteceria dois dias antes.

“Ela só tá fazendo essa (cirurgia) do quadril porque há mais de quatro anos atrás ela entrou em lista de espera pra fazer cirurgia do joelho e demorou tanto que o pedido saiu do sistema, estávamos entrando com a segunda cirurgia quando soubemos que tinha sio tirada do sistema, porque passou de quatro anos”, explicou a filha, Celize Alves Pedroso Rodrigues.

Conforme a filha, até o momento a cirurgia não foi remarcada, gerando preocupação na família, já que o tempo de espera pode agravar ainda mais a situação. “Eu e meus irmãos estamos bem preocupados com essa cirurgia da minha mãe. Como a primeira não foi feita (no joelho) minha mãe teve problema no quadril. E o outro joelho tá querendo apresentar problemas, tudo porque há mais de quatro anos atrás não foi feita uma cirurgia”, destacou Celize.

Procurada pela reportagem da Rádio CBN Campo Grande, em nota, a Santa Casa da capital disse que “Verificamos o caso dessa paciente, e a previsão para o reagendamento das cirurgias eletivas da ortopedia é para outubro”. No entanto, ainda segundo o hospital, não há uma data exata para reagendamentos, pois as cirurgias eletivas dependem da disponibilidade da equipe, que já retém uma lata demanda de casos urgentes e emergências da ortopedia.

Responsável pela gestão da regulação municipal da saúde, incluindo cirurgias, a CBN também entrou em contato com a Sesau, que não respondeu todos os questionamentos, informando apenas que há uma fila com 7.800 cirurgias eletivas, contra uma demanda de atendimento de aproximadamente 7.300 por mês. “A fila é flutuante e muda constantemente”, completou.

Já a Secretaria de Estado de Saúde (SES), gestora do Programa Opera MS, que recebeu verba de R$ 120 milhões, junto com o Examina MS, para atender 70 mil procedimentos, de dezembro do ano passado a outubro deste ano disse, por meio de nota que; “Os municípios solicitaram 13.623 cirurgias que estão em execução em 39 municípios do Estado. As especialidades são cirurgia geral, otorrino e ginecológica cirúrgica”.