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Santa Casa restringe atendimentos a urgência e emergência

Impactos já são sentidos por pacientes que tiveram consultas canceladas

Na Santa Casa, impactos já começam a ser sentidos por pacientes que tiveram consultas canceladas - Foto: Gerson Wassouf
Na Santa Casa, impactos já começam a ser sentidos por pacientes que tiveram consultas canceladas - Foto: Gerson Wassouf

A partir dessa quinta-feira (04), a Santa Casa de Campo Grande suspendeu os atendimentos ambulatoriais e as cirurgias eletivas no hospital. Agora, serão realizados apenas os serviços considerados urgência e emergência. A decisão foi tomada após a prefeitura da Capital não renovar o contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), o que inviabiliza a operação integral do hospital.

O alerta da suspensão foi emitido na última terça-feira (02) mas, mesmo assim, muitos pacientes que estavam com consultas marcadas, acabaram "perdendo a viagem" e indo até o hospital. Como é o caso da Márcia Trindade, o filho dela tem broncoespasmo e, devido ao tempo seco, ele tem sentido crises asmáticas recorrentes que necessitam de acompanhamento médico.

"Eu vim trazer o meu filho para consultar, tava tudo agendado e mesmo asim eu cheguei aqui e me mandaram voltar porque a doutora não ia atender. Não me avisaram antes e agora tudo que me falaram é que vão me ligar, pegaram meu número e vão me ligar quando os atendimentos retornarem, o jeito é esperar", conta.

A doméstica Dina Aparecda Dionísio veio cedo de Aquidauana junto com o pai que, após ser diagnostico com um nódulo no pulmão, foi enchaminhado para fazer mais exames na Santa Casa.

"A nossa consulta estava agendada para hoje 7 horas da manhã, tivemos que sair de Aquidauana às 3 horas da madrugada pra chegar aqui a tempo e ser avisados de que foi cancelada. Se tivessem nos avisado ajudaria bastante, não teríamos nem vindo. Agora vamos ter que ficar aqui até às 3 horas da tarde para pegar o onibus e voltar pra nossa cidade", desabafa.

A dona Eclair Barbosa tem 72 anos e cuida do marido, Ramão Barbosa de 80 anos. Eles são do municípiio de brilhante e também "perderam a viagem" por conta do cancelamento do atendimento.

"Viemos conslutar o meu marido, ele tem problem nas vistas. Levantamos de madrugada para poder arrumar tudo e chegar a tempo, chegamos aqui e não vai ter consulta. Trouxemos todos os remédio que ele e eu temos que tomar. Agora só nos pediram pra esperar, que eles vão ligar e ai a gente se organiza pra vir outra vez", relata.

Mais informações

A última tentativa de acordo entre a Santa Casa e a prefeitura foi na semana passada, mediada pela Promotoria de Justiça da Saúde do Ministério Público Estadual (MPMS) com a presença a Sesau, Santa Casa e da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Sem sucesso, uma nova reunião, dessa vez entre os chefes do executivo; o governador Reinaldo Azambuja e a prefeita de Campo Grande Adriane Lopes, estava marcada para a manhã da última quarta-feira (03), mas foi cancelada pela gestora municipal. Representantes das secretarias de saúde não gravaram entrevista.

Para a população, os impactos da suspensão de atendimentos pela Santa Casa são imediatos, com a retirada de cirurgias eletivas e de atendimentos ambulatórias, por exemplo.

“Quanto tempo vai demorar vai depender de quanto tempo a prefeitura vai voltar a conversar conosco, trazendo uma proposta palatável. Uma proposta adequada para atender as nossas despesas. Então tá tudo na mão da prefeita. A Santa Casa não vai fechar as portas, nós vamos ter que reduzir os atendimentos, então, estamos tomando todas as providências necessárias para responder pelo nosso compromisso. A população, na urgência e emergência, não será afetada”, afirma o presidente da Santa Casa, Heitor Rodrigues Freire.

Finalizando a nota enviada a CBN, a Sesau informou que a demanda suspensa pela Santa Casa será distribuída aos demais hospitais contratualizados com a prefeitura.

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