RÁDIOS
Campo Grande, 26 de abril

Melhoramento genético é a chave para resolver vários problemas

Professora explica ciclo, desde a qualidade da carne que chega aos mercado até questões ambientais incluídas nos benefícios

Por Thais Cintra e Nyelder Rodrigues
25/06/2022 • 12h02
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A inovação está no fato de você se distanciar da situação, trocar de lado e ver outra solução, ou seja, um novo olhar sobre o problema”, diz Eliane Costa e Silva, docente nos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. A afirmação da professora foi feita durante o programa CBN Agro deste sábado (25), ao contextualizar todo o ciclo de reprodução bovino aliado às ferramentas na evolução da precocidade animal. O tempo avança e diversas novas questões surgem na sociedade. O agro não fica de fora dessa dinâmica e várias soluções para tais problemas podem ser encontrados no melhoramento genético de animais. Base de estudo e pesquisa que ela acompanha há mais de 30 anos.

“Toda vez que me chamaram de doida quando tive uma ideia, quando soltei uma proposta de pesquisa é porque era inovador. Há 15 anos, quando coloquei esse projeto de precocidade pra macho e começaram a avaliar se eles estavam em puberdade com 10 ou 12 meses de idade, me chamaram de doida. Agora ela pirou de vez! Você vai querer colher sêmen de tourinho de 12 meses? Tanto que no primeiro experimento que fizemos, achamos um, no meio de 400. Hoje a gente tem no estado 45 fazendas e cerca de 25 a 30%, em algumas propriedades, até 40% dos tourinhos são super precoces”, destaca.   

Questões, como a comunicação, são importantes dentro da evolução da ciência para o trato dos animais, ensino do mesmo e na busca por soluções dentro da área. Sobre a circunferência e tamanho dos testículos do animal, a docente desmistifica informações referentes ao perímetro escrotal. “Tem estudos da década de 50 mostrando pra gente que o perímetro na vida adulta, acima de 32cm, que a qualidade do sêmen não tem diferença na fertilidade dele a campo. O perímetro está relacionado ao volume testicular e à capacidade de produção espermática desse indivíduo. Passou no exame andrológico, acima de 32, 40 ou 60 cm, não faz a menor diferença. Ele vai dar conta do mesmo jeito. Um perímetro maior tem mais capacidade de armazenar mais sêmen, volume”, explica.

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Da direita para esquerda: Eder Campos, professora Eliane Costa e Silva e Thais Cintra Da direita para esquerda: Eder Campos, professora Eliane Costa e Silva e Thais Cintra, nos estúdios da CBN CG - Foto: Isabelly Melo/CBN  

O ciclo longo de reprodução há 30 e 40 anos levava em torno de quatro e cinco anos e manter o animal na propriedade tinha um custo muito alto. “Nossa área mais cara é o ciclo de produção. Várias fazendas tiveram o desafio de acelerar esse processo e que tem relação com a nutrição desse animal, e com seleção em cima das fêmeas. Nos machos, usávamos o perímetro escrotal como forma de seleção, o que tinha uma boa relação com a puberdade, principalmente no período em que a gente tinha idade dos bovinos com 17 meses”, analisa.

Outra informação importante é em relação à seleção de cada indivíduo. “Selecionando estes animais, eu consigo fixar a genética de precocidade em pouco tempo. Temos rebanho em que começamos a fazer a seleção de machos há quatro anos e a idade e puberdade já caiu de 17.5 meses para 14.4 meses. Entrar em puberdade significa começar a produzir o sêmen. Significa que daqui uns quatro meses ele se torna fértil, mas ainda precisa passar por exame andrológico”, reforça. Confira: 

 

 

 

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