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Campo Grande, 26 de julho

O fortalecimento do novo modelo de negócios no país

Economia verde é a "saída de emergência" mais viável para a crise do superaquecimento no planeta, conforme Rosana Jatobá

Por Isabela Duarte
29/10/2023 • 13h15
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Durante o Primeiro Fórum RCN de Sustentabilidade, a jornalista e mestre em gestão e tecnologias ambientais, Rosana Jatobá, trouxe à discussão os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e como o ESG – da sigla em inglês: “ambiental, social e governança” – pode contribuir para a sociedade e para o meio ambiente.

A apresentadora do programa CBN Sustentabilidade se mostrou impressionada com os projetos em andamento em nosso estado e esclareceu com profundidade as metas do ESG.  

Como podemos entender o impacto do ESG, principalmente frente à necessidade de sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente? 
ROSANA JATOBÁ A agenda ESG propõe uma nova forma de estar no mundo. Esse modelo econômico no qual estamos inseridos se revelou falido, fracassado e nós temos agora uma oportunidade de reinvenção. 2030 é o marco importante, chamado “tipping point”, em que a gente precisa reduzir drasticamente o volume de gases de efeito estufa da atmosfera. 

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Você comentou que a humanidade enfrenta a crise das mudanças climáticas e que a Terra não pode aquecer mais que dois graus. Estamos perto desse limite? 
ROSANA JATOBÁ A gente sabe que a concentração de gases poluentes é o principal motivo do aquecimento global, foi o que nos trouxe a este estado de emergência climática. O planeta até agora já aqueceu 1,1ºC e se a gente continuar nesse ritmo de emissão de carbono, sem entender realmente que é preciso arregaçar as mangas, o planeta pode registrar o aquecimento de até quatro graus. As consequências são o número de eventos extremos cada vez mais frequentes e intensos. Com certeza os impactos serão devastadores.

E como funciona esse modelo que visa bem-estar antes do lucro? 
ROSANA JATOBÁ É um novo padrão que se estabeleceu no mundo empresarial e no mercado financeiro e que acaba com aquela velha lógica do capitalismo selvagem, que visa o lucro a todo custo. Então, o chamando ’capitalismo verde’, contemplando todas as partes interessadas, não apenas o acionista. Esse novo modelo se preocupa com qualidade de vida para as pessoas, respeitando os limites do planeta e pensando no futuro das próximas gerações.

O setor empresarial já enxerga o ESG como potencial para reverter o quadro crítico do meio ambiente? 
ROSANA JATOBÁ O ESG se tornou uma espécie de guia, de manual de gestão nessa nova forma de se fazer negócios. De fato, a gente nota que há um grande esforço, um grande interesse por parte do setor privado. Dados da Consultoria McKinsey mostram que 83% dos executivos acreditam que as práticas ESG geram mais valor aos acionistas e 85% das maiores empresas já estão hoje apresentando seus relatórios ESG.

O ESG é uma responsabilidade compartilhada. Qual é a mudança observada nesse consumidor?
ROSANA JATOBÁ É o cidadão que já não quer consumir de qualquer maneira, que realmente quer mudar hábitos para ter um consumo mais consciente, mais racional dentro de casa, que quer saber a origem e a procedência daquele produto [...] dados de uma pesquisa mostram que 77% dos brasileiros estão preocupados com o aquecimento global e não querem crescimento do país que leve a danos ambientais.

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