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Campo Grande, 27 de abril

Operação de combate ao fogo no Pantanal termina com redução de 50% de área destruída

Bombeiros alertam que 'cultura' de usar chamas no bioma ainda precisa ser combatida

Por Rodolfo César, de Corumbá, e Giovanna Dauzacker
23/11/2021 • 16h47
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A Operação Hefesto, apresentada como a maior ação feita até hoje pelos Bombeiros para combater incêndios no Pantanal, foi encerrada oficialmente nesta terça-feira (23) após quase cinco meses de duração e atendimento a mais de 6 mil ocorrências, entre 3 de julho e 23 de novembro. Em 2020 não houve medida desse porte sendo feita.

Com a operação, houve redução de 50% de área queimada na comparação com o ano passado. Somente nos oito primeiros meses de 2021, mais de 261 mil hectares foram consumidos pelo fogo.

O empenho para enfrentar as ocorrências estava dividido entre bombeiros lotados em Corumbá e reforço vindo de todo o Estado. Com a desmobilização realizada nesta terça, 55 homens e mulheres do efetivo que estavam na Capital do Pantanal irão voltar para suas bases.

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As ações para enfrentar o fogo no Pantanal foram empenhadas mediante um investimento direto nos Bombeiros em cerca de R$ 11 milhões. O governo do Estado comprou diferentes equipamentos para serem utilizados em Corumbá, Coxim, Miranda, Aquidauana, Porto Murtinho e algumas outras regiões.

Nessa operação, além de Bombeiros também atuaram PrevFogo, Instituto Homem Pantaneiro, marinha, brigadistas de fazendas e ribeirinhos. Nesse conjunto foi possível reduzir as ocorrências na Serra do Amolar em 86%; bem como diminuição em 42% dos focos em terras indígenas.

Para atendimento de animais, os Bombeiros contaram com o apoio do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado-Pantanal (Gretap), que foi criado agora em 2021. As operações conjuntas foram cinco ao todo, nestes cinco meses. Na estatística, 14 animais acabaram morrendo, sendo que oito foram pela ação do fogo. No total, 28 conseguiram ser salvos.

"(O fogo) É um problema cultural, que vem de muito tempo. As pessoas ateam fogo para limpeza de áreas, para renovação de pasto. Temos que ter um meio termo nisso. Realizar um manejo adequado com esse fogo, talvez. Ano que vem, vamos intensificar mais ainda, vamos fazer palestras de conscientização. Temos, inclusive, um plano com o Sebrae para divulgar a parte de consciência ambiental", explicou o subcomandante dos Bombeiros, coronel Artêmison Monteiro de Barros, que veio de Campo Grande para Corumbá para fazer o encerramento da operação.

Sistema dos Bombeiros chamado Pantanal em Alerta apontou que nesta terça-feira (23), 178 pontos de calor foram identificados, sendo a maioria na região de Corumbá (151). Os demais na divisa com Aquidauana e São Gabriel do Oeste (7) e na divisa com Miranda (19). Ao todo, 40 propriedades registravam os focos.

Durante o período mais latente das chamas, esses focos de incêndios estavam em mais de 6 mil casos, ao longo de 10 a 12 municípios e em mais uma centena de propriedades.

O trabalho de combate ao fogo no bioma não foi encerrado por completo. As ações agora são específicas para atendimento dos Bombeiros de Corumbá, que até dia 8 de dezembro está sob o comando do tenente-coronel Luciano Lopes de Alencar.

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