
Após queda de mais de 23% no primeiro trimestre, receita municipal volta a crescer entre abril e junho e fecha semestre em alta de 22%
A arrecadação do município de Dourados registrou um comportamento instável no primeiro semestre de 2025. Conforme dados do Portal da Transparência, houve uma queda expressiva nos primeiros três meses do ano, seguida por uma recuperação significativa no segundo trimestre.
Entre janeiro e março, a arrecadação municipal somou R$ 224,8 milhões — o que representa uma queda de 23,14% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram arrecadados R$ 292,5 milhões. O pior desempenho foi registrado em fevereiro, que arrecadou R$ 75 milhões a menos que o mesmo mês do ano anterior.
Apesar do cenário preocupante no início do ano, o segundo trimestre indicou sinais de retomada. De abril a junho, a arrecadação chegou a R$ 244,8 milhões, superando em 22,4% o valor registrado no mesmo período de 2024 (R$ 200 milhões). O mês de abril se destacou como o principal motor da recuperação, arrecadando R$ 27 milhões a mais do que no ano anterior.
Medidas Adotadas pela Administração Municipal
A oscilação nas receitas municipais acende um alerta para a gestão fiscal do município. A administração do prefeito Marçal Filho ( PSDB) tem adotado medidas para equilibrar as finanças, como a retomada do Programa de Recuperação Fiscal (Refis), que oferece descontos e condições especiais de pagamento a contribuintes inadimplentes. A expectativa da Prefeitura é arrecadar entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões com a medida, valores que devem ser direcionados à manutenção de serviços públicos essenciais.
Durante uma reunião recente para anúncio de um aporte extraordinário de R$ 3 milhões à Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud) — recurso destinado à compra de medicamentos e insumos para o Hospital da Vida e a UPA —, o prefeito reforçou a gravidade do cenário fiscal.
“Não está sendo fácil, a arrecadação tem caído mês após mês, os repasses institucionais não são suficientes para fazer frente às despesas correntes, mas com muito rigor nos gastos públicos, com economia de cada centavo, ainda conseguimos feitos como esse de hoje, que é o aporte de R$ 3 milhões”, declarou Marçal.
Impacto da Crise Orçamentária
A crise orçamentária também afetou outras áreas da administração. Um dos exemplos foi o cancelamento do projeto “Viva Cultura“, reformulado pela atual gestão após o encerramento do antigo “Renasce”. Lançado em maio, o edital previa atendimento de até 50 crianças por instituição, com aulas semanais e investimento de R$ 130 por aluno, totalizando quase R$ 600 mil em recursos ao longo de um ano.