
Uma comitiva interministerial chegou à Dourados nesta terça-feira para tratar sobre os conflitos indígenas na Fazenda Ipuitã, em Caarapó. No último sábado (25) a ocupação resultou em incêndio e danos a maquinários, com os indígenas negando autoria dos atos. Na segunda-feira (27) o grupo de Indígenas Guarani-Kaiowá deixaram a fazenda e retornaram à área de retomada Guyraroká, onde aguardam a comitiva.
Às 8h desta terça-feira (28) a comitiva iniciou a oitiva na Terra Indígena Guaryroká, mais tarde, em Dourados, está agendada para às 14h uma reunião com empresários e produtores que reivindicam as terras, além de forças de segurança de Dourados
Disputa de Terras e Demarcação
Conforme já noticiado pelo RCN67, a área da disputa está sobreposta à TI Guyraroká, identificada e delimitada em 2011 com cerca de 11.401 hectares. No entanto, segundo os indígenas, eles ocupam atualmente cerca de 50 hectares da área, e o processo de demarcação segue em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). A comunidade afirma que retomou a área em 21 de setembro para impedir a pulverização de agrotóxicos sobre suas casas e cultivos, e desde então bloqueia uma estrada vicinal que corta a região.
Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) informou que acompanha a situação por meio do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas (DEMED), em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai), e repudia “qualquer ato de violência contra os indígenas”.
O conflito teve início no dia 21 de setembro, porém, no dia seguinte (22), uma Tropa de Choque da Polícia Militar chegou a remover o grupo do local. Mesmo assim, cerca de 60 indígenas retornaram no dia 24 de setembro e permanecem desde então. A ocupação do imóvel resultou em acusações graves de ambas as partes, desde destruição de patrimônio até sequestro.