
Dourados é uma das cidades citadas na investigação da Polícia Federal, que aponta que uma farmácia de fachada registrada no município, teria sido usada para lavar dinheiro do tráfico de drogas. O estabelecimento seria vinculado ao programa federal Farmácia Popular e estaria entre os vários do tipo envolvidos em esquema criminoso que desviou cerca de R$ 40 milhões do programa.
A denúncia foi revelada durante uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, apresentado no domingo (21). A investigação, segundo a PF, mostra que redes de farmácias fantasmas operavam em vários estados do país, utilizando CPFs e endereços de pessoas inocentes para simular vendas de medicamentos. O dinheiro público, segundo a denúncia, foi usado para lavar recursos do tráfico internacional de drogas.
A PF apura ainda se os valores desviados de farmácias como a de Dourados foram repassados à organização comandada por Fernando Piolho, que teria usado o programa como fonte de financiamento do tráfico internacional de drogas, especialmente na fronteira com Bolívia e Peru.
A fraude envolvia ainda a compra e venda de CNPJs em nome de “laranjas” e usava o sistema do programa para emitir cobranças fraudulentas ao SUS (Sistema Único de Saúde).
De acordo com a polícia, as investigações começaram após a apreensão de 191 quilos de drogas em Luziânia (GO). Depois, descobriu-se que o esquema ainda funcionava em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Entre os nomes citados está o de Fernando Batista da Silva, conhecido como “Fernando Piolho”, apontado como líder da organização criminosa Comando Vermelho. O advogado de Fernando, segundo a reportagem do Fantástico, nega o envolvimento de seu cliente.
Atualmente, cerca de 160 mil CPFs foram identificados como usados indevidamente pelo grupo, em uma rede que contava com pelo menos 148 farmácias reais ou fantasmas.
O superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal, José Roberto Peres, resumiu o esquema: “Essa organização criminosa utilizou o programa Farmácia Popular para lavar dinheiro. Posteriormente, passou a usá-lo como ferramenta para investir no tráfico de drogas”. (Com informações do Fantástico)
