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Leia o editorial da edição deste sábado do Jornal do Povo

Marlene Campos Machado
Marlene Campos Machado

Os resultados das eleições municipais evidenciam que é chegada a hora de encerrar o longo velório da velha política e de sepultá-la de uma vez por todas. Mais do que o sucesso de candidatos não tradicionalmente ligados à política – dos quais a vitória de João Doria em São Paulo é o caso mais emblemático-, as urnas trouxeram recado ainda mais claro: os eleitores estão descrentes em relação à importância do voto.

No 1º turno, quase 25 milhões de eleitores deixaram de votar. Praticamente em todas as grandes capitais do país apenas a soma entre brancos e nulos ultrapassou 20% dos votos válidos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, maior colégio eleitoral do país, os 3.085.187 votos conquistados por Doria (34,7% do total), foram 11 mil a menos do que a soma dos votos em branco, nulos e das abstenções.

Esse quadro do “não voto” está em tendência de crescimento em relação às eleições anteriores: em 2012, eles já alcançavam 31,3% do eleitorado, contra menos de 25% nas três eleições anteriores, em 2000, 2004 e 2008.

Não é difícil de entender o descrédito da classe política como um todo, alimentado pela sucessão de escândalos desde o episódio do mensalão.
Mas a falta de sinergia entre o cidadão e a política também pode ter a ver com a absoluta falta de sensibilidade de alguns de nossos representantes, que preferem ignorar as agruras cotidianas de milhões de brasileiros e medicá-las com os mesmos – e ineficientes – remédios das falsas promessas.

Nesse aspecto, estas eleições, das quais participei como candidata a vice-prefeita, serviram para consolidar convicções que carrego há anos.

Foram essas convicções, aliás, que me trouxeram para a política. 

Esse resultado eleitoral é uma oportunidade para impulsionarmos de vez a ideia de que este é o momento propício para implantarmos boas gestões, que valorizem escolhas técnicas, junto ao olhar sensível e solidário.

Ou seja, a sensibilidade social, que prioriza essencialmente as pessoas para decisões administrativas, e a gestão empreendedora e responsável na aplicação das políticas sociais.
Se construirmos uma nova política com essas ideias, quem sabe daqui a alguns anos poderemos nos orgulhar e não ter que negar a condição de políticos para merecer a confiança dos brasileiros.

*É é presidente nacional do PTB Mulher.