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Palmeiras "esquece" o futebol e põe foco na segurança dos jogadores

A diferença é que a preocupação com a segurança do grupo agora ultrapassou a inquietação em relação à tabela do Brasileiro

O Palmeiras vai hoje se refugiar em Itu repetindo a estratégia da semana passada. A diferença é que a preocupação com a segurança do grupo agora ultrapassou a inquietação em relação à tabela do Brasileiro.

A diretoria ainda estuda o que fazer para evitar a repetição de episódios como o do último sábado, quando a delegação foi vítima de uma emboscada quando regressava do interior.

As agressões sofridas pelo atacante Vagner Love, terça-feira, quando deixava uma agência bancária próxima ao Parque Antarctica, aumentaram o desassossego dos dirigentes.

Ambos os eventos ocorreram depois de o presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, ter dito que "daria uns tapas" no árbitro Carlos Eugênio Simon e de ter se referido de maneira jocosa aos são-paulinos em festa da facção Mancha Alviverde.

A decisão de retornar a Itu (101 km da capital) já havia sido tomada após a vitória sobre o Atlético-MG, no domingo. Antes, portanto, do caso Love.

Assim como fez antes da partida contra os mineiros, o Palmeiras permanecerá concentrado até sábado. Até ontem, não havia sido definido quando o time vai para o Rio, onde no domingo enfrenta o Botafogo.

A inquietude dos cartolas é justamente com a volta de Itu.

No sábado passado, o ônibus que trazia os jogadores e a comissão técnica para o CT do clube, na Barra Funda, foi apedrejado por um grupo que não trajava camisa de clube algum.

Nenhum atleta se feriu. Um dos seguranças do clube sofreu pequenas escoriações provocadas por estilhaços de vidro.

No dia, o gerente de futebol do clube, Toninho Cecílio, disse não acreditar que o fato tivesse participação de palmeirenses.

Essa certeza ruiu com o dilema enfrentado por Love, quando três integrantes da Mancha o cercaram na saída de uma agência do Bradesco, na zona oeste da cidade, por volta das 15h. Houve troca de agressões e o atleta teve as roupas rasgadas.

Ontem, Love foi dispensado do treino da manhã. Segundo a assessoria do clube, o jogador permaneceu até as 2h na delegacia prestando depoimento.

Ao contrário da última semana, quando na véspera do retiro em Itu o foco esteve voltado para as questões do futebol, agora o discurso baseou-se em termos como "coragem" e "medo".

"A gente não esperava isso. O torcedor pode cobrar, xingar, mas a partir do momento em que toca no jogador, perde a razão", disse o lateral Wendel.

O volante Edmilson, bastante incomodado com o assunto, disse inicialmente que não iria se pronunciar a respeito. Depois, acabou atacando até o sindicato dos atletas profissionais.

"Eu sei que eu pago um valor que é descontado da folha salarial, mas ninguém fala nada, nem sei quem é o presidente. Estamos expostos", reclamou.