O amor pelo esporte está estampado na cara do técnico de basquete feminino da Sejuvel, Edílson Tavares da Silva, o “Dicão”. Preocupado com o futuro das jovens promessas três-lagoenses, o profissional pede apoio. Segundo ele, o município já vem perdendo atletas para outros estados com melhor estrutura ou mesmo para o comércio, já que alguns desistem da carreira e procuram por trabalho.
A solução seria criar projetos sociais para as crianças e promover a união do Poder Público com as empresas, principalmente as gigantes. “Percebo que todos os clubes ou estados campeões têm alguma entidade por trás que dá suporte. Uma jogadora de Eldorado foi embora para Osaco [SP]. Ela poderia ter vindo para cá, se existisse uma estrutura forte em nossa cidade”, lamentou.
Dicão explica que o projeto social seria dividido em dois passos. “No primeiro, é necessário trabalhar com cerca de 100 crianças, que receberiam gratuitamente uniforme, bolas, tênis e até lanche. Depois, é preciso trazer alguns atletas de fora e formar um grande time. Nele, seria investido um valor baixo, de R$ 250 a R$ 300 mensais por jogador ou jogadora. Esse dinheiro não é nada para as grandes empresas”, frisou.
Em contrapartida, claro, haveria incentivos fiscais para os investidores. “Hoje, com tantas indústrias que temos aqui, o investimento seria como um grãozinho de areia para elas. Se a Petrobras patrocina um projeto no morro da Mangueira no Rio, por que não pode fazer o mesmo em Três Lagoas?”, questionou Dicão.
PERIGO
Existem grandes perigos rondando o esporte local. Algo precisa ser feito, segundo o treinador. “Ele pode acabar sim. Ou, então, continuar como está, com atletas indo embora ou desistindo”, cravou Dicão.
CELEIRO
“Três Lagoas certamente é um celeiro de craques, de talentos. Mas já perdemos vários deles. As empresas têm que olhar com maior carinho para nossas crianças”, finalizou Dicão.