Moradores de Paranaíba madrugam em frente à Caixa Econômica Federal para conseguir atendimento, num sacrifício que está se tornando rotina, uma cruel rotina. Dois motivos contribuem para isso: o primeiro é que 130 senhas são disponibilizadas por dia, o outro é que além de Paranaíba, moradores de cidades vizinhas também procuram por atendimento.
Nessa “batalha” pelas senhas, os primeiros dez a chegarem garantem o lugar entre 3h e 4h da madrugada, a partir daí o movimento aumenta e não demora para que a fila passe dos 100 metros.
No local há espaço disponibilizado para espera, com tendas e cadeiras, mas só pode depois que é feita a distribuição das senhas, que começa entre às 7h e 7h30.
“Tentei dois dias pegar a senha, mais cheguei depois das 7he não consegui. Estou com um problema no meu aplicativo e preciso resolver. Hoje decidi chegar mais cedo, às 3h06 e fui o primeiro a ser atendido”, disse Evandro de Andrade, 22 anos.
A maioria das pessoas procura a única agência do município para realizar o saque do auxílio emergencial de R$ 600, além de tirar dúvidas sobre a ajuda. Outras pessoas buscam atendimento para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“Sou morador de Inocência, já perdi a viagem na quarta-feira (9), não sabia como era, fiquei na fila e quando chegou minha vez tinha acabado a senha. Hoje cheguei antes das 5h e fui o sétimo a ser atendido”, revela o morador de Inocência, Rogério Lacerda, 35 anos. Ele ainda disse que outros moradores de Inocência fazem o mesmo, pois na sua cidade não tem agênica da Caixa.
A decisão de distribuir senhas, segundo a Caixa deve-se ao quadro reduzido de funcionários, em Paranaíba, duas pessoas fazem o atendimento de quem está na fila e caso necessário, é encaminhada a pessoa para outro setor na agência.
“Dois dias eu tentei ser atendida, mas mesmo chegando 6h30 não consegui senha. Precisava resolver um problema com meu FGTS Emergencial e para garantir cheguei 4h e já tinha gente esperando. É muito pouca senha, eles precisam colocar mais atendentes”, disse a dona-de-casa Verônica dos Santos, 47 anos.
A Caixa garante que não é preciso madrugar e que está funcionando de segunda a sexta, das 8h20 até todos que conseguiram senha serem atendidos.
Diz a Caixa que todos os que chegarem durante esse intervalo são atendidos no mesmo dia. “Ninguém fica sem atendimento”.
A orientação também é que beneficiários verifiquem os calendários escalonado por mês de aniversário, já que se a pessoa estiver fora dele, não adianta ir antes a uma agência.