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Maracaju

Enem Prisional tem 58 inscritos em Três Lagoas

Em Mato Grosso do Sul, serão 993 reeducandos de 31 unidades penais do Estado

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para pessoas privadas de liberdade e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas será aplicado nos dias 3 e a de dezembro, dentro dos presídios e unidades de internação. Em Três Lagoas sem inscreveram 58 presos das três unidades penais.

Segundo informações da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, 30 são Penitenciária de Segurança Média, 18 são Estabelecimento Penal Feminino e 10 do Centro Penal Industrial Paracelso de Lima Vieira Jesus. Em Mato Grosso do Sul, serão 993 reeducandos de 31 unidades penais do Estado. 

Eidimar Prado, diretor da Penitenciária Média, afirma que a iniciativa de realizar o exame vem dos próprios reeducandos.
 
Dentro da unidade, são duas salas divididas em duas turmas com 15 alunos, que estudam de segunda à sexta-feira. “A maioria dos presos resolvem estudar por iniciativa própria e para concluir os estudos dos ensinos fundamental e médio.
 
São seis professores que ministram as aulas em quatro fases, que vai desde a alfabetização até a conclusão do ensino fundamental”, explica. Dos 30 alunos que irão fazer a prova, 26 têm o ensino médio incompleto. 
 
Os quatro reeducandos que estão com o ensino fundamental completo e se passarem no Enem, poderão fazer o curso superior caso estiverem próximo do benefício do regime semiaberto. “A maioria deles fará a prova mais por questões de reintegração social e para por em pratica os conhecimentos. Os que estiverem em progressão de regime semiaberto, precisarão da autorização da 1ª Vara de Execução Penal para ter o direito de estudar à noite. E mesmo aqueles que já entrarem em regime aberto, ainda assim precisam dessa autorização da Justiça”, explica.
 
As reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino são divididas em duas turmas, de 1ª a 4ª série e outra de 5º ao 9º ano. As presas estudam em rodízio de períodos matutino e vespertino, em salas multisseriadas. Como elas não tem acesso ao ensino fundamental, a realização do Enem também é somente para estabelecer contato de reintegração social. “As provas serão aplicadas dentro das próprias salas que elas estudam. Dentro da unidade há uma professora do Ensino fundamental, que atende as alunas que estão entre 1º e 4º anos. Do 5º ao 9º, são cinco professores que atendem disciplinas específicas”, diz a diretora da unidade Marcela Dias Mario. 
 
Além dos seis professores, a unidade feminina conta com uma psicóloga e uma assistente social, que estimula as reeducandas a realizar o Enem Prisional. “Nós informamos para elas que a prova está aberta e que podem participar. Mesmo sabendo que elas não poderão ingressar em uma universidade após a realização do exame, elas ainda assim querem participar. Não temos nenhuma dificuldade e propor que elas participem do Enem”.
 
Do Centro Penal Industrial serão 10 reeducandos. Segundo Walter Luís de Medeiros Júnior, todos os reeducandos também partem da iniciativa própria para realizar a prova. “Todos esses inscritos já vem apresentando bons comportamentos dentro da unidade. E todos eles já tem o ensino fundamental completo, por já terem passado pela Penitenciária Média e terem concluído os estudos naquela unidade. Além disso, vieram para o Centro Penal já com redução de pena por bom comportamento. Caso conseguirem os pontos suficientes para ingressar em uma universidade, poderão estudar no período noturno”, explica.
 
Muitos dos reeducandos que estão na Colônia Penal, também já executaram outros cursos profissionalizantes dentro da própria unidade, como de carpinteiro, pintor e pedreiro.  
NACIONAL
 
Em 2013, 30 mil internos e presos participarão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que aplicado especificamente a esse público. O número de inscritos deste ano no chamado “Enem dos presídios” é 28% superior ao registrado em 2012. Esta segunda edição da prova segue o mesmo formato da regular – são 45 itens de ciências humanas, 45 de ciências da natureza, 45 de linguagens e 45 de matemática, além da redação.  O que muda é o conteúdo das questões.