Leis que proíbem cigarro em locais públicos diminuem as internações decorrentes de ataques cardíacos. É o que mostra uma revisão de 50 estudos divulgada pela Colaboração Cochrane nesta semana. O trabalho representa a primeira análise sistemática do efeito das legislações antitabagistas aplicadas em 13 países.
A líder do grupo responsável pela revisão, Cecily Kelleher, da University College Dublin, na Irlanda, diz que "isso deveria encorajar outras nações a fazer o mesmo". A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que o tabaco seja a segunda maior causa de mortalidade do mundo: 10% dos adultos morrem em decorrência do uso.
A Colaboração Cochrane reúne dados de pesquisas para elaborar revisões sistemáticas que gozam de grande prestígio na comunidade médica. Stella Bialous, consultora da OMS, diz que "estudos assim são muito importantes".
– Política de saúde séria é feita com evidências científicas: esta revisão deixa claro o consenso sobre o tabaco.
Há grande discrepância na metodologia das pesquisas incluídas na revisão, o que prejudicou a unificação das estatísticas e a apresentação de porcentuais que resumissem todas as conclusões.
Mas, para os autores, as evidências são claras: as medidas realmente diminuem a exposição ao fumo passivo no ambiente de trabalho e demais espaços públicos. Profissionais que trabalham em bares e restaurantes são os mais beneficiados.