Representantes de cerca de 140 países assinaram hoje (10) no Japão uma convenção sobre o uso e as emissões de mercúrio. A Convenção Minamata adotou esse nome em homenagem à cidade japonesa vítima do pior envenenamento já registrado pelo metal tóxico. O tratado foi assinado em reunião organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Kumamoto, cidade localizada nas proximidades de Minamata.
Oportunidade
Representantes de 140 países assinam convenção para reduzir emissões de mercúrio
O acordo, que já está aberto para ratificação dos Estados-Membros, pretende reduzir os níveis mundiais de emissões de mercúrio, bem como a produção e a utilização do metal, principalmente em processos industriais. Quanto for ratificado por 50 Estados, o tratado entra em vigor. A previsão, segundo os organizadores da conferência em que o documento foi assinado, é que isso deverá ocorrer em três ou quatro anos.
"É preciso que muitos países em desenvolvimento ratifiquem esse tratado para que entre em vigor o mais cedo possível", disse o ministro japonês do Ambiente, Nobuteru Ishihara.
O mercúrio é um metal pesado muito tóxico para os seres vivos. Uma exposição muito forte a ele enfraquece o sistema imunológico e pode causar problemas como perturbações psicológicas ou digestivas, perda de dentes, e problemas cardiovasculares ou respiratórios.
A convenção prevê que, em 2020, produtos com mercúrio, como os termômetros, tenham desaparecido, e dá prazo de 15 anos para que os Estados Unidos deixem de usar mercúrio nas atividades mineiras.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma), a quantidade de mercúrio presente nos primeiros 100 metros de profundidade dos oceanos, provenientes das emissões ligadas à atividade, duplicou nos últimos 100 anos. A concentração nas águas mais profundas aumentou 25%.