O natal de Paranaíba estará ainda mais bonito e enfeitado este ano. A decoração, lançada no último sábado (21), foi preparada por internos do estabelecimento penal de regime fechado da cidade e colocada em praças e principais pontos do município.
Os ornamentos foram confeccionados com material reciclável doado pela população local, por meio da campanha “Natal Mágico, reciclando futuro”. Para este natal, a Prefeitura informou que houve um aumento de 60% no número de enfeites, se comparado aos anos anteriores.
Mas muito mais que enfeitar a cidade, a iniciativa tem representado uma oportunidade de trabalho para os reeducandos. Desde o mês de maio, 14 internos confeccionam os objetos. Pelo trabalho, é pago R$ 60,00 por mês e remição na pena – a cada três dias de trabalho é reduzido um de pena.
Neste segundo ano de parceria, o trabalho na unidade penal foi ampliado. Desta vez, os detentos participaram de todas as etapas de produção das peças, inclusive da montagem de estruturas metálicas. Os internos também foram os responsáveis pelo corte das garrafas e composição e pintura dos enfeites.
Na opinião do diretor do Estabelecimento Penal de Paranaíba, José Carlos Marques, a parceria traz benefícios tanto para a sociedade paranaibense, já que possibilita que a cidade fique mais enfeitada, e para a Prefeitura – devido à redução de custos, quanto para a unidade penal, pois cria-se oportunidade de trabalho para os internos, tirando-os da ociosidade e, consequentemente, diminuindo problemas disciplinares.
Marques ressalta que a iniciativa também contribui com o resgate dos valores sociais destes reeducandos, pois faz com que ao retornar ao convívio da sociedade não fiquem totalmente exclusos, devido ao preconceito. “Somente adotando-se uma postura de acolhimento e não de repulsa, extinguiremos a criminalidade”, defende.
O diretor se orgulha dos índices positivos conquistados em Paranaíba, onde, aproximadamente, 60% dos presos trabalham, enquanto a média nacional, segundo ele, é de 15% e a estadual de 35%. Na cidade, graças ao apoio do “Projeto Recomeçar”, que possibilitou a inserção de todos os internos dos regimes semiaberto e aberto no mercado de trabalho, o índice de reincidência criminal foi reduzido a zero.