Por dia, pelo menos um animal silvestre é atropelado em uma das rodovias que cortam Três Lagoas e região. A afirmação é baseada nos dados do projeto Rodobicho, desenvolvido através de uma parceria entre a Eldorado Brasil, prefeitura e órgãos ambientais do Estado.
De acordo com Luciana Bortoluci, gerente de Sustentabilidade da Eldorado Brasil, do início do programa, até hoje, foram visualizados 395 animais silvestres acidentados nas rodovias monitoradas.
Esse trabalho de visualização é feito por aproximadamente 700 motoristas, capacitados para participar do programa, que monitora as rodovias federais BRs 158, 163, 262, 267 e as rodovias estaduais MSs 112, 134, 324, 377 e 395.
“Aproximadamente 80% das visualizações são de animais de pequeno e médio porte e aproximadamente 20%, são de animais de grande porte”, completou Luciana. A gerente de sustentabilidade explicou que não há como identificar a espécie dos animais, uma vez que, para isso, os motoristas precisariam parar as carretas nos acostamentos. “[…] O que não seria seguro para o motorista e para os usuários das rodovias”, esclareceu.
O levantamento preliminar do projeto ainda apontou que, atualmente, a rodovia com maior número de animais atropelados vistos pelos motoristas é a BR-262. Dos 395 atropelamentos relatados, 231 deles aconteceram na rodovia federal que liga Três Lagoas à Campo Grande. Em seguida, aparecem as BRs 158, com 33 visualizações de animais acidentados, e 112, com 15 casos relatados neste ano.
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Todos os dados coletados são repassados para a iniciativa pública, como Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes (Dnit) do Estado e também para o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
PROGRAMA
O projeto Rodobicho foi implantado em Três Lagoas em janeiro deste ano. Inicialmente, 450 motoristas da companhia foram qualificados para participar da ação, que visa monitorar a fauna nas rodovias mais utilizadas pela empresa no transporte do eucalipto.
Para isso, os motoristas recebem um formulário do programa, em que informam o trecho e o horário em que viu o animal silvestre atropelados e as características do animal (porte). Esses formulários são entregues ao Centro de Controle Operacional da Eldorado com a nota fiscal da carga.
A partir desses formulários, o setor de Sustentabilidade conseguirá traçar os trechos com maior incidência de acidentes com animais silvestres e também as possíveis causas dos acidentes. Segundo Luciana, esse processo de análise de dados ainda não foi iniciado, uma vez que a empresa está criando esse banco de informações. A previsão é que, em 2016, se tenha mais subsídios para iniciar a fase de análises. O projeto não tem data para encerrar.
