Veículos de Comunicação

Três Lagoas

?A comunicação participa da gestão da sociedade?

O entrevistado da semana é o coordenador dos cursos de Comunicação Social da Aems

?Aqui com certeza vou tirar você de seu estado de massa" -
?Aqui com certeza vou tirar você de seu estado de massa" -

César Bechara, 28 anos é o coordenador dos cursos de Comunicação Social das Faculdades Integradas de Três Lagoas (AEMS) Formado em Publicidade e Propaganda pela União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago) em São José do Rio Preto (SP) e especializado em Comunicação e Multimídia. Bechara está a frente dos cursos desde janeiro deste ano. Antes de lecionar no ensino superior já era educador de uma rede de ensino de língua inglesa. Trabalhou na agência de publicidade que possuía as contas da Unilago e Aems. Ele dá ênfase na frase – “nada foi durante muito tempo, eu quis experimentar, mas uma vez picado pelo bichinho da educação você não sai mais”-. Sua missão no momento é seu compromisso com a comunicação que faz questão de ressaltar a todo momento – “quero formar comunicólogos que exige muito mais que formar simples jornalistas ou publicitários” -. Ele pretende tratar da formação humanística dos futuros profissionais que são a ele confiados. “Aqui com certeza vou tirar você de seu estado de massa", reafirmou.


Qual a importância da Comunicação na vida em sociedade?

A comunicação nada mais é do que uma reguladora de opinião. A gente consegue visualizar através de jornal, revista, televisão e rádio o que acontece lá fora e fazer com que a população e a sociedade, ou parte dela, forme uma opinião, mesmo sem ter nenhuma forma de aprofundamento.

Para que cursar Comunicação?

Trabalhar com comunicação é querer fazer ou produzir hoje a informação do amanhã. Não é importante apenas escrever bem, você tem que utilizar de teorias da comunicação, da persuasão e as teorias críticas. Depois dessas teorias formatar uma boa matéria ou até mesmo trabalhar com uma campanha publicitária que tenha efeito e que esse efeito seja comprovado. Ninguém deve mais trabalhar no achismo. É preciso trabalhar com as teorias da comunicação e isso você só aprende numa instituição de ensino superior.

O impasse do fim do diploma de jornalistas prejudicou o curso?

Os alunos que já estavam em curso a gente sentiu um baque por conta da não obrigatoriedade do diploma. Mas mesmo assim, não que foi um empecilho para a continuidade do curso. Em dezembro nós começaremos a fazer reformas dentro da produtora, vamos aumentar a redação de impresso, fazer uma redação de impresso e TV. A produtora vai se tornar de vez um Núcleo Integrado que vai funcionar Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas num mesmo espaço. Já temos neste ano quase o mesmo número de inscritos do ano passado. A gente nota que é um movimento crescente por conta dessa demanda do mercado de Três Lagoas. A gente está vendo empresas vindo para Três Lagoas. Vários departamentos de comunicação sendo formados dentro da Cidade. Há um crescimento que cria uma expectativa de público.

O público interessado em cursar Publicidade é maior?

Ela é porque o mercado publicitário é mais imediatista. O mercado jornalístico vai se formando por conta da própria realidade jornalística. Na publicidade há um crescimento imediato, existem anúncios para serem feitos, campanhas de outdoor, panfletos, folhetos, etc.

Qual é a estrutura física da faculdade para os cursos Comunicação Social?

Posso te dizer que estamos no Top 3. Num raio de 400 quilômetros, eu posso falar sem pestanejar que é a maior infraestrutura em termos de equipamentos, laboratórios. Temos uma produtora que já está com 1200 metros quadrados. Laboratório de TV e Cinema, laboratório e estúdio de fotografia, laboratório de rádio com cabine de captação que comporta duas ou três pessoas. Até o final de janeiro vamos colocar quase uma banda dentro do estúdio de rádio para gravar. Hoje temos uma redação de impresso, para o ano que vem teremos uma redação de impresso e TV. Temos hoje três agências de Publicidade e Propaganda, para o ano que vem teremos quatro. Laboratório de informática com mais de 60 máquinas, onde cada um dos alunos usa um computador. Cada aluno tem sua máquina em suas aulas técnico-práticas. Temos uma biblioteca que na nossa área engloba quase quatro mil títulos dos 70 mil títulos de toda a instituição. As maioria das faculdades do Brasil utiliza uma ou duas ilhas de edição, nós hoje temos três, ano que vem teremos quatro.

Você assumiu a coordenação do curso no início deste ano, qual foi seu principal desafio?

Não tínhamos tantos problemas. Nosso maior desafio foi trabalhar com periodicidade de produção de programas. Ao invés de trabalhar com um programa por bimestre, nós conseguimos trabalhar com um programa a cada mês.

Como o público de fora pode ter acesso a esses programas e eles não fiquem somente restritos aos acadêmicos de comunicação?

Temos essa divulgação por meio do blog da comunicação que é o www.comunicação.aems.com.br que agrupa todos os programas que são produzidos pela produtora, inclusive trabalhos de conclusão de curso de alunos.

Faça uma análise do mercado de comunicação da atualidade Três Lagoas.

Quando eu cheguei em Três Lagoas, há quatro anos atrás, convidado para dar aulas, me deparei com um mercado muito amador. O amadorismo das pessoas que produziam informação na época provocava derrapagens na área. Posso dizer que nesses quatro anos eu pude observar uma grande evolução das mídias. Enfim, os meios do município conseguiram tomar o seu espaço. Houve um grande crescimento. Hoje somos sondados á todo momento para perguntarem se há profissionais na cidade ou eles devem ser trazidos de fora da Cidade. Ainda vejo o mercado de comunicação local muito restrito, funcionam para uma meia dúzia. Gostaria muito de ver profissionais da nossa instituição bem encaixados na Cidade.

Qual a sua função social como educador?

Minha função é formar profissionais que no dia de amanhã realmente paguem todas as fichas que eu apostei neles. Eu enquanto educador aposto muito em aluno. Claro que dentro de uma sala com 80, 100 alunos, você tem 5, 6 e até  7 que você aposta. Dentro de uma sala pequena, que é o caso do nosso curso, você acaba apostando em 1 ou 2 que acabam indo para mercado e ele cumpre a ética que pregamos em sala de aula com profissionalismo.

Qual é sua visão futurística sobre a Cidade?

Acredito que daqui 10 anos teremos muita coisa para falar de Três Lagoas. Quero acreditar que a cidade vai estar quase que completamente asfaltada, quero mais telejornais produzidos aqui. Vamos ter muita gente produzindo conteúdo. Trabalhamos com a perspectiva de que o jornalismo não é mais feito dentro de uma sala, ou dentro de uma série de paradigmas que foram criados pelo jornalismo. O jornalismo tem que estar na rua. Produzir material para blog, fotolog, flickr todos produzem. Agora será que esses conteúdos são de qualidade? Será que esses conteúdos realmente tem necessidade de serem produzidos. A gente vive hoje o boom informacional, com muita informação sendo produzida. Acredito que em 10 anos a gente vai ter mais colaboradores que a gente poderia ter. Hoje você tem pessoas que estão conectadas com o resto do mundo. O sistema de comunicação já é quase em tempo real. Uma criação de produtos quase imediatista.

Profissões do futuro na comunicação.

Acredito que produtores de conteúdo é uma das profissões do futuro. O perfil é consultar a internet. O povo quer se ver. No dia de amanhã o cara que conseguir produzir material, para jogar na internet para a população se ver, vai dominar o mercado. Hoje não basta escrever bem, o bom profissional deve dominar mecanismos simples de fotos, vídeos e áudio. A própria demanda vai exigir essa mobilidade. Não será necessário um escritório para trabalhar.

O que os interessados por comunicação podem esperar do curso?

O curso de comunicação da Aems possui uma formação humanística. Essa formação vai tirar você de seu estado de “massa”. O aluno vai parar de somente observar para começar a analisar. Se você não consegue analisar o produto que você vê na televisão ou que lê num jornal, você não consegue criticar ou inovar para produzir melhor.

Você defende a obrigatoriedade do diploma para um jornalista exercer sua função?

Tem uma série de jornalistas que são sérios, mesmo não formados. A formação do jornalista é de extrema importância para que haja um nivelamento mínimo da profissão. O bom veículo não vai querer pegar a argila mole, você tem que ensinar para ele o que é lide, o que é chapéu, o que é manchete, o que é linha-fina, o que é fotolegenda. Se o cara trabalha na TV ele vai ter que aprender o que é cabeça, o que é sonora, o que é passagem. São uma série de fatores que a academia acaba minimizando o trabalho do gestor. A gente entrega para o dono da empresa o profissional quase pronto. Ele só tem que fazer alguns arremates.