O projeto de revisão do Plano Diretor de Três Lagoas está pronto. Resta apenas a análise da assessoria jurídica da Prefeitura para que possa ser encaminhado à Câmara Municipal. O arquiteto e urbanista Ângelo Arruda, responsável pela elaboração e revisão do plano, disse que algumas sugestões feitas pela sociedade durante as audiências públicas no ano passado foram incluídas do novo documento, que deve ser apresentado aos vereadores no mês de abril.
O engenheiro informou que está apenas aguardando a administração municipal agendar uma audiência pública para que possa fazer a apresentação final da revisão do plano. De acordo ele, uma das principais alterações foi o aumento da área central no sentido norte, a qual terá mais 21 quarteirões. Pelo novo projeto, haverá uma expansão de 30 hectares na área central, que vai compreender as imediações do relógio central até a rua Egídio Thomé. Para o engenheiro, essa ampliação vai trazer, a curto prazo, um beneficio muito positivo para a cidade, pois poderá resolver o problema da falta de estacionamento na região central com a consequentemente descentralização do comércio.
Outro ponto positivo, conforme o arquiteto, é a valorização dos imóveis dessa região. “Eles terão um valor maior, só que serão mais baratos do que os já existentes no Centro”, destacou.
Como alternativa para solucionar o problema da falta de vagas, foi incluída na revisão do plano a concessão de incentivo, como o IPTU, para os novos empreendimentos que forem construídos com garagem no subsolo. “O empreendimento que disponibilizar estacionamento não vai constar como área construída. Essa isenção vai servir de estímulo para que os empreendedores construam garagem no subsolo. Certamente, isso ajudará a resolver o problema de vagas para estacionar”, salientou Ângelo Arruda.
De acordo com o arquiteto, a revisão do Plano Diretor também possibilitará mudanças importantes para o setor imobiliário, pois solucionará o problema dos recuos dos lotes pequenos.
Novo traçado para Três Lagoas
No projeto, foi considerada ainda a necessidade de um novo traçado para Três Lagoas após o funcionamento do contorno ferroviário e a desativação da linha férrea. Arruda disse que tudo dependerá de projetos futuros, mas que foi sugerida a implantação de uma nova via de acesso à cidade por onde passam os trilhos.
A entrada seria na BR-262, nas proximidades de onde foram construídos os viadutos do contorno ferroviário até o Estádio da Aden. A proposta seria desafogar o trânsito da avenida Clodoaldo Garcia. “A ideia é trabalhar com um corredor de transporte e uma terceira alternativa de acesso à cidade. Foi sugerido ainda que um espaço nessa região da esplanada da NOB seja disponibilizado para estacionamento fixo”, revelou o arquiteto.
Em relação à implantação da zona azul, ele informou que o Plano Diretor prevê a execução de um projeto de mobilidade, o qual pode trazer melhorias para o trânsito. “Já existe um projeto de lei que determina a criação da zona azul. O plano de mobilidade é mais amplo, mas pode garantir soluções para essa área”, frisou.
Para o arquiteto, a revisão é uma combinação dos desejos do que o poder público quer para a cidade e do que a sociedade almeja, dentro do permitido pela legislação. “Eu resumiria que houve um equilíbrio na revisão desse plano. Mantivemos sugestões apresentadas pelos professores da UFMS, da classe empresarial, assim como de segmentos da sociedade que participaram das audiências públicas”, destacou.