Um ataque à mesquita do palácio presidencial deixou autoridades feridas e matou quatro guardas presidenciais nesta sexta-feira (3) em Sanaa, capital do Iêmen, segundo o governo.
O presidente Ali Abdullah Saleh, cujo regime é alvo de violentos protestos oposicionistas, ficou levemente ferido no ataque, segundo autoridades.
Ele teria sido ferido atrás da cabeça, disse uma fonte do Congresso Popular Geral (CPG), partido governista.
Saleh deve fazer um pronunciamento à nação em breve, segundo Abdu al-Janadi, ministro da Informação.
Pelo menos duas bombas atingiram o prédio, durante as tradicionais orações de sexta-feira.
A TV oposicionista Suhail chegou a dizer que Saleh foi morto no ataque.
O premiê, Ali Mohammed Mujawar, o vice-premiê e o presidente do Parlamento teriam se machucado, havia dito mais cedo um porta-voz do governo.
De acordo com a TV Al Arabiya, e o presidente do Parlamento ficou em estado grave.
Uma fonte ligada à presidência informou à France Presse que o ministro da Defesa, general Rashad al-Alimi, foi gravemente ferido e hospitalizado.
Crise pólítica
O Iêmen enfrenta uma grave crise política, no contexto das revoltas que abalam o mundo arabe desde o início do ano, com o contestado presidente Saleh, no poder há três décadas, recusando-se a renunciar, apesar de pressões da oposição e da comunidade internacional.
Os protestos já duram mais de quatro meses e tornaram-se mais violentos nos últimos dias.
Combatentes tribais liderados pelo xeque Sadek al-Ahmar aderiram à oposição e enfrentam, desde 23 de maio, forças leais ao governo na capital, deixando o país à beira de uma guerra civil.
Mais de 150 pessoas morreram nos últimos dez dias, segundo relatos de oposicionistas e grupos de direitos humanos.
Após o ataque, forças leais a Saleh atacaram casas dos líderes tribais.
A Al Arabiya disse que o governo culpou o grupo tribal pelo ataque, mas eles negaram.