Enfim, após cinco anos de espera, o Hospital Auxiliadora recebeu o credenciamento e a habilitação junto ao Ministério da Saúde, como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). Com isso, o serviço de oncologia do Auxiliadora, inaugurado em março de 2008, receberá recursos específicos do governo federal para aplicar nesse setor. Atualmente, a unidade que oferece atendimentos aos pacientes com câncer, funciona apenas com recursos destinados pelo governo estadual e Prefeitura.
A portaria que credencia o Auxiliadora como Unacon é a de nº 149, de 20 de fevereiro de 2013 e foi publicada no Diário Oficial da União, no último dia 22 de fevereiro. Já a Portaria de nº 329, de 1º de março de 2013, estabeleceu o valor anual de R$ 2.945.889,23 a serem destinados ao município para o funcionamento desse serviço.
De acordo com a secretária Municipal de Saúde, Eliane Brilhante, o hospital recebe R$ 960 mil por mês para custear as despesas com o serviço de oncologia. O Estado repassa R$ 600 mil e a Prefeitura R$ 360 mil. Com o credenciamento, o Auxiliadora receberá quase R$ 3 milhões do Ministério da Saúde para prestar atendimento aos pacientes com câncer.
Segundo dados do hospital, por mês, cerca de 300 pacientes de Três Lagoas são atendidos no serviço de Oncologia do Auxiliadora. Agora, esse número deverá aumentar, já que, com o credenciamento, a unidade passará a atender a macrorregião de Três Lagoas, composta por 10 municípios. “Para a população isso é uma conquista, porque os pacientes poderão fazer o seu tratamento aqui, perto de seus familiares, sem o desgaste de ter que se deslocar para outras cidades”, destacou a secretária de Saúde.
Para o médico cirurgião oncológico, Rodrigo Melão Martinho, esse credenciamento é importante porque representa um aporte financeiro maior para o hospital manter e melhorar ainda mais o serviço de oncologia, além de atender também aos pacientes da região. “Isso vai possibilitar o custeio das cirurgias e dos tratamentos dos pacientes aqui”, disse o médico.
Esse credenciamento, de acordo com Martinho, é considerado simples, já que necessita apenas de que haja no município um cirurgião oncológico e um médico clínico, que prescreve a quimioterapia. De acordo com a Secretaria de Saúde, a equipe de profissionais da Saúde, que estarão trabalhando na Unacon de Três Lagoas, está habilitada à realização de cirurgias, exames, diagnósticos, quimioterapia e, em breve, também radioterapia.
Para implantar esse serviço, no entanto, o hospital depende de um aparelho que custa cerca de R$ 3,5 milhões, além de toda uma estrutura, como a construção de uma casamata, ou seja, uma edificação com proteção para emissão de radioatividade dotada de paredes com dois metros de espessura, preenchidas com cimento e chumbo.
RECURSOS
De acordo com a secretária de Saúde, os dados sobre o credenciamento serão apresentados nas reuniões que vão acontecer em abril com a Comissão Intergestores Bipartite Regional (CIR) e com Comissão Intergestora Bipartite (CIB). Depois disso, a previsão é de que o Hospital Auxiliadora passe a contar com os R$ 2.945.889,23 para manter os serviços. Esse repasse, segundo Eliane Brilhante, será feito em 12 parcelas, e só será repassado ao hospital se a instituição cumprir com os termos do contrato.
“Sei o quanto é triste e dolorosa a luta contra o câncer. Ao ver nossas famílias acompanhando os pacientes de câncer, saindo de noite e pela madrugada de Três Lagoas em longas e cansativas viagens para tratamento em Barretos (SP), Campo Grande e Jales (SP), sonhava um dia conseguir o que agora acabamos de conquistar. Apesar das dificuldades e lutas que tivemos que superar, em momento algum perdi a esperança de conseguirmos a Unacon para Três Lagoas”, declarou a prefeita Márcia Moura.
