O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora teria desviado R$ 1,12 milhão do Ministério da Saúde, recursos que deveria ser destinados ao pagamento de débitos. Tal verba, repassada pela Prefeitura, deveria ser empregada para pagar impostos e dívidas trabalhistas, para que o hospital pudesse obter as certidões negativas necessárias para a renovação do contrato de prestação de serviços com a Secretaria Municipal de Saúde.
“Em dezembro de 2009 recebemos o relatório da Entidade que apontava a destinação do dinheiro para o pagamento em atraso de pessoal e de uma duplicata no valor de R$ 460 mil. Não foi o estipulado no convênio firmado. O SUS não faz doação, esses recursos não poderiam ter sido desviados pelo Hospital”, denuncia o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Edson Aparecido de Queiroz.
O Conselho aprovou na noite de quinta-feira (12) o relatório sobre a gestão da saúde em Três Lagoas, porém solicitou 30 dias para aguardar explicações do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora sobre o desvio do dinheiro e estudar o processo da denúncia feita pelo médico Paulo Veron, sobre a precariedade da sala de cirurgia e dos instrumentos ali utilizados. “A auditoria médica já foi realizada. Agora precisamos estudar o caso”, afirmou Queiroz.
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Segundo o diretor técnico do Hospital Auxiliadora, José Carlos de Resende Pereira, a entidade mantenedora – Congregação das Irmãs Salesianas – também destinou cerca de R$ 1 milhão para sanear o que, na época, estava orçado em R$ 12 milhões de reais em dívidas. “Fizemos o parcelamento de todos os débitos e hoje estamos em dia com todas as nossas contas. Tanto os pagamentos dos salários atrasados, quanto a quitação da duplicata foram feitos com plena ciência da Secretária de Saúde, Elenir Neves de Carvalho, e do administrador do Hospital, João Carlos Florentino. Eles têm os porquês de tudo o que foi executado com o dinheiro”, relata o Diretor.
Para o Presidente do Conselho, as explicações sobre o destino dos recursos não bastam para que o Órgão acate tal conduta. “Queremos saber com o que foi gasto essa duplicata de R$ 460 mil. O Hospital mandou relatório informando só o valor, mas pra nós o que importa é o que está escrito no convênio assinado. Já solicitamos a eles e a comissão já está acompanhando. Por isso pedimos 30 dias. Eles têm que cumprir as metas que o convênio da Secretaria Municipal determinou”, finalizou Queiroz.
