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Três Lagoas

Dengue é causa de 10% dos atendimentos no Postão

Neste mês de janeiro, cerca de 300 pessoas têm procurado, diariamente, assistência médica no Postão

Dezenas de pacientes à espera de atendimento -
Dezenas de pacientes à espera de atendimento -

O número de pacientes com sintomas da dengue está correspondendo a cerca de 10% dos atendimentos diários realizados pelo Pronto Atendimento (PA), em Três Lagoas. A equipe de reportagem do Jornal do Povo este no local na manhã de ontem e constatou que, dos três entrevistados, dois estavam com sintomas semelhantes ao da doença. Os usuários do PA também disseram estar descontentes com o longo tempo de espera na fila para ser consultado por um médico.  

Entre os ouvidos pela reportagem, estava a dona de casa, Daiane dos Santos Oliveira. Mãe de um bebê de 11 meses, ela conta que estava aguardando atendimento para a filha há mais de uma hora. A pequena apresentava-se  com febre, vômito e diarreia. A mãe suspeita de dengue, porém, só o exame clínico poderá confirmar. “Estou agoniada com a longa espera. O cidadão brasileiro paga tantos impostos e quando precisa do Posto de Saúde é este descaso”, pontuou.


Outra dona de casa que não estava satisfeita com o atendimento do Pronto Atendimento era, Angelina Lima. Ela estava acompanhando a filha de 17 anos, também com suspeita de dengue. Segundo Angelina, a equipe médica deveria dar prioridade para os pacientes com suspeita de dengue, ou até, mesmo designar uma equipe só para atender estes doentes. “Minha filha está com febre, reclamando de dor no corpo e tem que ficar aqui esperando por atendimento muito tempo”, ressaltou.


Tanto Daiane como Angelina são da opinião que a administração pública deveria contratar mais médicos para agilizar o atendimento. “Sempre que venho aqui, a espera é longa”, informou Daiane.


A jovem Mariana Karina Cardoso, 24, que sofre de hipertensão também informou que a maioria das vezes que busca atendimento no PA encontra o local cheio. “Sempre que venho aqui espero por mais de uma hora para ser atendida”, contou.
De acordo com Cristiano de Oliveira Pedroso, coordenador do PA, neste mês de janeiro, cerca de 300 pessoas têm procurado, diariamente, assistência médica no Postão. Para ele, a demanda está dentro do normal, já que o fluxo varia de 250 a 350 consultas, no período de 24 horas. 


No PA, segundo Pedroso, três médicos prestam serviço por período (manhã, tarde e noite), somando os três períodos totaliza nove profissionais. Ele diz que o número de clínicos é o ideal para a demanda do posto, e que o tempo de espera para ser atendido varia em média de 10 a 30 minutos. Porém, não é bem isso que os pacientes relataram.


Dengue
Das 300 consultas diárias, aproximadamente, 30 delas são notificações de dengue. A média corresponde a 10% de todo atendimento da unidade de saúde. No entanto, para Pedroso, este número de casos suspeitos de dengue está dentro da média. Por isso, não há necessidade de deixar uma equipe exclusivamente para atender os suspeitos de dengue como sugeriu a entrevistada Angelina.


O coordenador explicou que as pessoas com suspeita de dengue são submetidas a exames laboratoriais (hemograma) para avaliar os dados bioquímicos. No período das 7h às 11h e das 13h às 17h, o hemograma é feito no PA. Já fora deste horário o doente é orientado a colher o exame na manhã do dia seguinte no posto de saúde mais próximo da residência dele. Entretanto, as pessoas com quadro clínico grave como: febre muita alta, desidratação etc são encaminhadas para o hospital Auxiliadora, onde permanecem internadas. De acordo com a assessoria de imprensa do Auxiliadora, até ontem, somente um paciente foi internado com suspeita de dengue. E nesta terça-feira, dois casos de dengue, foram confirmados no hospital.


Nesta semana, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou o boletim da dengue número três. De acordo com o relatório, em uma semana, o número de casos suspeitos saltou de 27 para 94 em Três Lagoas em apenas sete dias. Até o momento, a cidade tem quatro casos confirmados da doença.