Foi lançada nesta terça-feira (15) a pedra fundamental da maior indústria de celulose do mundo, a Eldorado Brasil, com previsão para entrar em operação no final do segundo semestre de 2012. A primeira linha de produção da fábrica prevê um investimento total de R$ 4,8 bilhões e terá capacidade de produzir 1,5 milhão de toneladas/ano.
Participaram do lançamento da pedra fundamental o governador André Puccinelli, o presidente da Eldorado Papel e Celulose, Mário Celso Lopes; o membro do Conselho, Sérgio Almeida; o diretor industrial, Carlos Monteiro; o diretor financeiro Carlos Rosa; e a ex-prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet; a prefeita Márcia Moura, entre outras autoridades. O projeto que será construído na fazenda Santa Vera, km 231 da BR-158, entre Três Lagoas e Selvíria, contará com um total de 300 hectares de área construída.
Durante a construção da nova fábrica serão criados cerca de oito mil empregos. Quando a unidade estiver em operação vai gerar três mil empregos diretos e indiretos. Questionado se a movimentação de toda essa mão-de-obra pode trazer impacto social ao município de Três Lagoas, Mário Celso deixou claro que o município já fez escola com a implantação da Fíbria e que esse impacto deve ser menor no município, se comparado com outra região do Brasil.
Do valor total de R$ 4,9 bilhões do investimento, R$ 1 bilhão terá como origem o capital próprio dos acionistas. O restante virá através de linhas de crédito BNDES e de instituições financeiras internacionais. A Florestal Brasil, empresa independente de reflorestamento e plantio de eucalipto será a principal fornecedora de matéria-prima para a Eldorado Brasil. No entanto, a idéia é trabalhar com 70% do fornecimento através de terceirizados e os outros 30% através da própria produção.
Os parceiros estão espalhados pelos municípios de Três Lagoas, Selviria, Inocência, Águas Claras, Ribas do Rio Pardo e Santa Rita do Pardo. Segundo o presidente da Eldorado Brasil, o processo de plantio não vai competir com a pecuária da região, ou seja, fortalecendo um segmento em detrimento de outro. Disse ainda que não deverá ocorrer a derrubada de áreas nativas e reservas para a plantação de eucalipto, mostrando a preocupação que a empresa tem em preservar, desde a fonte geradora da matéria-prima até a produção final da celulose.
Mário Celso também falou sobre o fato da Eldorado ser uma empresa nova no mercado de celulose, competindo com grandes empresas até mesmo em Três Lagoas. “A empresa é nova, mas os profissionais não”, destacou, lembrando que o quadro de diretores conta com pessoas de larga experiência no setor, sendo muitos deles contratados da própria Fíbria, tendo em vista que a união da VCP e a Aracruz colocou no mercado profissionais de alta capacidade, absorvidos agora pela Eldorado Brasil.
A produção da Eldorado Celulose será praticamente toda exportada e os principais destinos serão a Europa, os Estados Unidos, o Japão e a China, sendo esse último país o responsável por uma demanda crescente da celulose brasileira. De acordo com os analistas desse mercado, a expectativa é de que o preço da celulose volte ao pico registrado em meados dos anos 90, quando alcançou cerca de US$ 1 mil por tonelada. Essa retomada já é sentida nos últimos dias.
Para a exportação, segundo o projeto apresentado na noite desta segunda-feira, será utilizada principalmente a malha ferroviária em maior escala, a hidrovia e a rodovia em menor quantidade. “A Eldorado Celulose será a única nova planta a entrar em operação no segundo semestre de 2012, com a vantagem de contar com custos muito competitivos, graças à tecnologia empregada e à competitividade florestal brasileira. Vamos iniciar nossa operação em um momento nos quais os preços da celulose deverão permanecer elevados”, reforça Carlos Monteiro, diretor industrial da empresa.
Para se ter uma idéia do que a implantação da Eldorado Brasil pode representar economicamente, basta lembrar os números citados pela ex-prefeita Simone Tebet. “A entrada em operação da Eldorado Brasil vai acrescentar 0,15% ao PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, vai representar 13% de acréscimo no ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviço) de Mato Grosso do Sul e representará, nos próximos 15 anos, num incremento de 300% na economia de Três Lagoas.