A chuva pode ter tirado as escolas de samba da avenida, mas não conseguiu acabar por completo com a festa dos foliões. Por conta da forte chuva que caiu em Três Lagoas segunda-feira (15), a escola de samba paulistana Nenê de Vila Matilde, que se preparava para se apresentar na avenida Antonio Trajano, levou o espetáculo para as quadras da Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer (Sejuvel), onde acontecia o Carnalegria.
A escola foi recebida com alegria pelos poucos foliões que estavam no local. Uma breve apresentação foi feita das alas que vieram para Três Lagoas e depois, componentes e público se misturaram em uma só festa. A chuva também não desanimou o coordenador de Alas da “Nenê de Vila Matilde”, Orlando Balbino da Silva. Segundo ele, o três-lagoense tem o espírito de Carnaval. “Olha a animação, isso é carnaval: festa, alegria e brincadeira. É muito bom vir festejar aqui”, comentou.
O tema da escola de samba paulista em 2010 foi: Água nossa de cada dia! A pureza da Água é a essência de nossas vidas!.
No entanto, foram da escola de samba Acadêmicos Unidos de Três Lagoas os aplausos.
O tempo também não ajudou a escola de samba. Mesmo tendo sido adiada para o dia seguinte, o desfile da escola três-lagoense teve de ser cancelado e resumido a uma apresentação na Lagoa Maior; o que não desanimou os integrantes da escola.
Ao menos foi o que garantiu Fátima Luiza Tavares, 54 anos, destaque da Ala Aquecimento Global, Fátima Luiza Tavares, 54 anos. “A escola de samba na avenida é diferente, uma pena que a chuva não permitiu. Mas o que importa é que estamos aqui. Podemos estar um pouco desanimados agora, mas quando a bateria começa a gente anima de novo”, destacou, ainda na concentração.
Fátima participa da escola de samba há 20 anos e neste ano, o Carnaval teve uma importância a mais: uma homenagem à filha, que faleceu em dezembro do ano passado. “Amo Carnaval. Minha filha também gostava, me dava apoio, vinha nos ensaios me ver. Neste ano, também vim por ela”, destacou. Fátima que já foi rainha da bateria na primeira fase da escola de samba e, como ela mesmo diz, “voltou com tudo” como passista da segunda fase.
A escola de samba teve como tema o meio ambiente. O samba enredo foi cedido por Magno de Abreu, de Campo Grande, sobrinho do tesoureiro da escola Vicente de Souza Filho. Ao todo, foram sete alas: comissão de frente, com o tema lixo ao luxo; ala dos Nativos; ala do homem moderno; ala do aquecimento global; ala das crianças, representando os guardiões da natureza (fadas e doendes); e Ala das Baianas, com o tema paz. A bateria, que tinha nada menos que 56 componentes, estava com “pegando fogo” com uma fantasia para lembrar as queimadas.
“A diferença em se apresentar num local fechado é muito grande. A área é restrita, mas fizemos o possível para mostrar o nosso trabalho”, explicou o presidente Milton José da Silva, o “Tó”.
E, ao que tudo indica, a escola de samba conseguiu. Os poucos foliões que enfrentaram a chuva para participar do Carnalegria, gostaram do que viram. “Deixei para assistir a escola de samba de Três Lagoas. Não que a outra não mereça destaque, mas é que temos que prestigiar o que é nosso. E aposto que a nossa escola está mais bonita. Ao menos, está mais bonita que no ano passado”, disse a servidora da educação Alzina de Souza Costa, 36 anos.
No pequeno público da Lagoa também estavam aqueles que viram escola de samba pela primeira vez. Este foi o caso de Elizangela Souza Silvam 27 anos, que se apaixonou. “Nunca tinha visto a escola de samba de Três Lagoas. É linda. Os garis estão perfeitos”, destacou.
PERSONAGENS
A porta bandeira foi a iniciante Adriana Cássia já o mestre sala foi Fabrício, veterano de outros carnavais. A rainha da bateria foi Danatiele, que ocupa a posição de destaque desde o início da segunda fase da escola.
Entre os homenageados, estavam Dona Odete, dona Terezinha, Dona Ester e Dona Eulina, representando os quatro elementos: ar, terra, fogo e água, respectivamente. Após a entrada de todos os componentes na quadra, a festa se estendeu até a madrugada do dia seguinte.
Segundo a Secretaria de Cultura, cerca de oito mil foliões passaram pelas quadras da Sejuvel durante os cinco dias de Carnaval.