Desde o mês de março produtos que fazem parte da mesa diária do brasileiro, como é o caso do tomate e da bata inglesa vêm sofrendo alta do preço. Conforme pesquisa do Índice Geral dos Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ambos são os alimentos que mais tiveram alta diante dos itens pesquisados.
Três Lagoas
Estiagem volta a elevar preço de hortaliças, legumes e leite
Alta do preço do tomate e dabatata ultrapassa 30%, o que acaba elevando a inflação
A batata, por exemplo, teve reajuste de 6,05%. Já as hortaliças ganham, com um aumento dos preços de 20,19%.
Para o economista e professor da Universidade Federal de Três Lagoas (UFMS), Marçal Rogério Rizzo, além dos legumes citados, outro item que vem tendo considerado reajuste é o leite e seus derivados.
“Acredito que o preço do leite ainda deva subir, e consequentemente sobe também o valor do queijo embutido, iogurte, manteiga e outros produtos. Mas as pessoas devem se preparar também para o preço da carne que, após o período da quaresma, o valor também tende a crescer, influenciando no índice da inflação e consequentemente no prato do brasileiro”, explica o economista.
Marçal lembra que, isso tudo ocorre em virtude da estiagem registrada no início do ano. “Com a falta da chuva, os pastos ficam baixos, com menos alimento para o gado de corte e leiteiro, resultando na queda do peso do animal. A estiagem é um fator que interfere também nas lavouras”, destaca.
SUGESTÃO
O professor sugere que o três-lagoense faça a substituição de mercadorias que estejam em alta, por outras que estejam com valor menor, até que a inflação diminua a atual situação. Outra saída, segundo ele, é diminuir a quantidade consumida. “No caso do leite, não há muito a ser feito, pois trata-se de um alimento essencial. As famílias que têm crianças em casa, por exemplo, não conseguem fazer essa substituição, mas podem compensar ao diminuírem a compra de derivados de leite, ou então rezar para continuar chovendo”, brinca.
Marçal ainda faz um alerta a cerca da inflação. “O que mais preocupa é que estamos caminhando para um período de recessão e inflação. A economia não está dando sinais de crescimento satisfatório. A inflação, por exemplo, é de aproximadamente 1% ao mês. Mas os números mudam todos os dias. Em 2013, pro exemplo, a farinha de mandioca foi a mercadoria que sofreu alta e, dependendo da região, o consumo é alto. Não posso deixar de citar outra farinha, a de trigo, utilizada como matéria prima de muitos produtos, como é o caso dos bolos, pães, dentre outros”, avalia ele, que acredita que em breve possa acontecer reajuste geral do valor de vários produtos, caso demore para chover.
A energia elétrica também é citada como responsável pela disparada dos valores de produtos. Como existe a intenção das concessionárias em reajustar os valores em todo o País, é mais um ponto negativo para a inflação dos alimentos, sendo um componente indispensável na produção de bens e serviços.
“Em alguns Estados o reajuste já foi confirmado. Mas o Governo Federal quer segurar para não disparar, de forma assustadora, a inflação, refletindo negativamente nas urnas”, conclui Marçal.
SUPERMERCADO
O empresário do ramo supermercadista, Leandro Thomé, também fala da estiagem como a responsável pela disparada nos preços de alguns produtos que compõem a mesa do brasileiro.
Ele afirma que, por enquanto, a alta dos preços ainda não interferiu no consumo destes alimentos em seu estabelecimento. “O que comprávamos de tomate antes do reajuste, continuamos adquirindo e continua sendo vendido. Mas, se percebermos que os tomates, por exemplo, começam a acumular, colocaremos em oferta, mesmo que tenhamos que diminuir a margem de lucro e não repassar toda a alta sofrido ao consumidor”, avalia Thomé.