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Três Lagoas

Familiares de vítima de atentado pedem pressa à justiça

Uiramar continua internado em estado grave na UTI do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora

Uiramar em momentos de lazer no Rio Paraná, uma semana antes do atentado -
Uiramar em momentos de lazer no Rio Paraná, uma semana antes do atentado -

Familiares de Uiramar Nobre Ferreira estão indignados com o crime com requintes de brutalidade, praticados contra o empresário proprietário da Pax Vida. “Como uma das representantes da família de Uiramar em Três Lagoas queremos respostas”, comentou emocionada a cunhada da vítima, Rosângela Cristaldo Ortega. Para acompanhar o andamento do processo de investigação e o quadro de saúde do empresário vieram vários parentes da vítima de Campo Grande. Quem fala do caso com indignação é o sócio do empresário, Fábio Henrique de Souza. De acordo com ele, houve negligência por parte do Corpo de Bombeiros ao encontrar o carro incendiado e não ter checado a placa do carro, que saiu ilesa do incêndio. A vítima foi encontrada quase 12 horas depois do descobrimento do carro. “Vejo falha na instituição por acharem o carro, terem ido embora e nem sequer vasculharam a região. Ele resistiu demais com três tiros na cabeça”, afirmou Souza. O empresário foi encontrado ferido em pastagem próxima a uma estrada rural nas imediações da BR-158 (que liga Três Lagoas a Selvíria). O carro estava no lado contrário ao local em que Nobre fora encontrado.

A luta da família será pela sobrevivência de Uiramar e para que o processo de investigação não seja arquivado.

O sócio do empresário não acredita na hipótese que a vítima teria saído para pagar um credor. “Essa hipótese está descartada. Acreditamos que ele saiu para passear, como de costume. Se tivesse saído para pagar uma dívida eu tomaria conhecimento. Ele é uma pessoa solteira e sempre gostou de viver rodeado de amigos”, contou Souza. Ele percebeu logo pela manhã, o sumiço do sócio e começou a recorrer às delegacias. “Fui na 1ª Delegacia de Polícia, na 2ª Delegacia de Polícia e na Polícia Federal, no entanto todos pediram para eu esperar 24 horas”, disse.

ESTADO GRAVE

Uiramar foi atingido por três tiros frontais na cabeça. Um deles atingiu o globo ocular e ficou alojado, outro atravessou a cabeça causando perda de massa encefálica. Já o outro atravessou o rosto e atingiu o ombro. O quadro de saúde do empresário permanece estabilizado na categoria grave. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora e sobrevive com a ajuda de aparelhos. A bala que atingiu o globo ocular ficou alojada na cabeça e até o fechamento desta edição não podia ser retirada, podendo ser fatal. Não existe possibilidade de transferir Uiramar para outra cidade com mais recursos, a mobilidade pode ser fatal.

A família do empresário está esperançosa por uma recuperação. “Estamos com o pensamento bastante positivo com relação à recuperação de Uiramar”, garantiu sua cunhada Rosângela.

INVESTIGAÇÕES

O delegado responsável pelo caso é Juvenal Laurentino Martins que pediu as balas que atingiram o empresário para exame. Para a resolução do caso foram ouvidas pessoas próximas ao empresário na tentativa de chegar a uma possível autoria.

Uiramar é solteiro e mora aos fundos de sua empresa (Pax Vida) com dois sobrinhos e um funcionário. Para o delegado trabalhar com a possibilidade de um seqüestro é a última hipótese. “Estamos trabalhando diante da possibilidade de um latrocínio ou tentativa de homicídio doloso”, declarou.
Segundo relato de um dos sobrinhos da vítima, ele saiu de casa por volta das 21 horas da terça-feira (9). O tio ligou para o seu celular por volta das 22h30 dizendo que estava na rua e logo voltava para casa.

Na manhã de quarta-feira (10) o sobrinho que recebeu a ligação do tio perguntou para o seu primo, que também reside na mesma casa, se Uiramar já tinha chegado. Ninguém sabia do paradeiro da vítima. Os sobrinhos fizeram várias tentativas frustradas de ligar para o tio, mas as ligações só caíam na caixa postal. Nessa hora o carro da vítima já havia sido encontrado incendiado pelo Corpo de Bombeiros.

Pelas informações do delegado a vítima teria passado aproximadamente umas 12 horas sofrendo no local.

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) também está empenhada no caso. O computador pessoal da vítima já foi recolhido. O sigilo de messengers e sites pessoais de relacionamento serão quebrados no intuito de encontrar pistas que levem a uma autoria.