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Imasul concede licença para ramal ferroviário da Arauco em Inocência

Estrutura vai interligar a nova fábrica de celulose à Malha Norte e permitirá escoamento direto até o Porto de Santos

Traçado aprovado pelo Imasul inclui uma ponte de 269 metros e dois viadutos - Foto: ilustração/divulgação
Traçado aprovado pelo Imasul inclui uma ponte de 269 metros e dois viadutos - Foto: ilustração/divulgação

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) concedeu a Licença Prévia que autoriza a Arauco Celulose do Brasil S.A. avançar com a implantação do ramal ferroviário que atenderá o complexo industrial da empresa em Inocência. A licença, válida até 12 de novembro de 2029, aprova a viabilidade ambiental do empreendimento, considerado estratégico para a logística da nova fábrica de celulose que está sendo construída no município, com investimento total estimado em US$ 4,6 bilhões.

Em abril deste ano, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já havia autorizado a construção e exploração do ramal ferroviário por um período de 99 anos. O projeto da Arauco prevê a implantação de 48 quilômetros de trilhos, interligando a fábrica de celulose à Malha Norte (Ferrovia Norte Brasil – EF-364), operada pela Rumo Logística. A estimativa é que o novo ramal permita o escoamento anual de até 3,5 milhões de toneladas de celulose, reforçando o papel de Mato Grosso do Sul como principal polo exportador do produto no país.

“Esses investimentos refletem a importância da Malha Norte para o setor de celulose, proporcionando uma solução logística eficiente para o escoamento da produção. Essa é a principal ferrovia de escoamento da celulose do Mato Grosso do Sul”, comenta o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

O traçado aprovado pelo Imasul inclui uma ponte de 269 metros e dois viadutos, um ferroviário e outro rodoviário, todos situados em Inocência. A licença estabelece rigorosas condicionantes ambientais, como a instalação de dispositivos de mitigação de atropelamento de fauna, monitoramento periódico de acidentes com animais silvestres, manejo e translocação de espécies e recomposição das áreas afetadas.

O novo ramal permitirá o escoamento de toda a celulose produzida pela Arauco até o Porto de Santos, tornando a empresa a primeira indústria de celulose de Mato Grosso do Sul com acesso direto à ferrovia.

Outras companhias do setor, como a Suzano Papel e Celulose e a Eldorado Brasil, também solicitaram o regime de autorização ferroviária. No entanto, os projetos estão em compasso de espera devido à recomposição contratual da Malha Oeste, atualmente sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU). A proposta prevê a reestruturação do trecho ferroviário que liga Campo Grande, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, com extensão até Aparecida do Taboado.