
O Dia Mundial do Diabetes acende um alerta para uma das doenças crônicas que mais crescem no Brasil e no mundo. A data destaca a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, já que o diabetes pode levar a complicações graves, como amputações, doenças cardiovasculares e até à morte.
A endocrinologista Priscila Scatena explica que o diabetes ocorre quando o corpo não produz ou não utiliza corretamente a insulina, hormônio responsável por controlar a glicose no sangue.
“É uma doença crônica que acomete muita gente — cada vez mais cedo. O diagnóstico deve ser buscado o quanto antes, principalmente quando o paciente tem obesidade, hipertensão, colesterol alto ou histórico familiar”, destacou a médica.
O exame para detectar a doença é simples e feito por meio de coleta de sangue, permitindo identificar alterações de glicemia de forma rápida.
A especialista ressaltou que existem várias opções de tratamento, desde medicações tradicionais até os modernos análogos de GLP-1, popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras”.
“Temos muitos medicamentos eficazes no mercado. As canetas fazem parte de um grupo importante, pois não só reduzem a glicose, como também atuam no fígado e nos rins, trazendo diversos benefícios ao paciente”, explicou Scatena.
Ela reforça que cada caso deve ser avaliado de forma individual para garantir o melhor resultado clínico.
A endocrinologista lembra que muitas pessoas ainda não realizam exames de rotina, o que diminui as chances de um tratamento eficaz.
“Quando detectamos cedo e estruturamos um tratamento adequado, conseguimos evitar complicações graves. O diabetes pode não ter cura, mas tem controle excelente quando o paciente segue as orientações”, alertou.
O diabetes é uma das doenças mais perigosas e silenciosas do mundo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 13 milhões de brasileiros convivem com a doença — aproximadamente 7% da população.
Em Três Lagoas, mais de 8.300 moradores têm diagnóstico de diabetes.
Os dados mais recentes da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MS), de junho de 2023, apontam que quase 280 mil pessoas têm a doença em Mato Grosso do Sul, representando cerca de 10% da população estadual.
Entre os pacientes está o aposentado Antônio Donizeti Lemes, de 66 anos, que descobriu o diabetes por acaso, durante um exame de urina feito por curiosidade.
“Eu vi uma fita de teste no laboratório e o dono sugeriu fazer em mim. Quando mudou de cor, descobri que tinha diabetes”, contou.
A doença se agravou com o tempo e provocou problemas circulatórios, resultando na amputação da perna esquerda.
“Foi tirada a veia da perna para enxerto no coração. Depois, a circulação piorou, perdi dois dedos e o médico falou que teria que amputar. Foi muito difícil”, relatou.
Hoje, Antônio toma 11 comprimidos por dia e aplica insulina diariamente para controlar a doença.
“Minha vida mudou, mas sigo cuidando. É o tratamento que me mantém vivo”, disse.
A recomendação dos especialistas é manter hábitos saudáveis e realizar exames regularmente.
Principais medidas de prevenção:
- Alimentação equilibrada
- Atividade física regular
- Controle do peso
- Redução do consumo de açúcar e ultraprocessados
- Exames periódicos de glicemia