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Em Três Lagoas, doadora de sangue reúne a família para doações no Hemosul

Sete membros, com tipos sanguíneos considerados raros, se mobilizam sempre que o estoque está baixo

A auxiliar de limpeza, Ivone Francisca, que doa sangue há dois anos, iniciou esse gesto após a perda do sobrinho, vítima de câncer, e, pouco tempo depois, da irmã, mãe do menino. Foto: Reprodução/TVC HD.
A auxiliar de limpeza, Ivone Francisca, que doa sangue há dois anos, iniciou esse gesto após a perda do sobrinho, vítima de câncer, e, pouco tempo depois, da irmã, mãe do menino. Foto: Reprodução/TVC HD.

Em Três Lagoas, uma família tem se unido para um gesto de solidariedade: a doação de sangue. Sete membros, com tipos sanguíneos considerados raros, se mobilizam sempre que o estoque está baixo.

A auxiliar de limpeza, Ivone Francisca, que doa sangue há dois anos, iniciou esse gesto após a perda do sobrinho, vítima de câncer, e, pouco tempo depois, da irmã, mãe do menino. A dor se transformou em uma missão. Ivone faz questão de mobilizar toda a família para ajudar quem precisa, seguindo o exemplo da irmã falecida.

“Eu comecei a doar sangue já faz uns dois anos. Mas antes disso, a minha irmã teve um filho que teve câncer. E aí ela perdeu esse filho. Mas ela falava assim, e ela sempre doava. Ela falava assim, Ivone, não doa sangue quem não tem conhecimento da realidade dentro do hospital. Porque se você viveu o que eu já vivi lá, você doa. Você doa e você convence outras pessoas a doar. E aí ela doava, sempre ela estava doando. Depois que o filho dela faleceu, ela ficou muito ruim e acabou que ela faleceu também. E aí a gente começou a doar depois disso. E ela doava sangue e doava medula também. E aí a gente começou a doar”, relatou Ivone.

O mês de junho marca a campanha nacional ‘Junho Vermelho’, que busca conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue. Os estoques costumam cair durante o inverno devido ao frio e à alta circulação de vírus respiratórios, que impedem muitos doadores.

Francisca destaca que todos os membros de sua família têm tipos sanguíneos “O”, sendo três positivos e quatro negativos. Quando o Hemosul precisa, eles se mobilizam.

“Todo mundo é O. Tem três positivos e quatro negativos. E depois que eu comecei a doar, ela também me liga. Quando tá precisando, ela liga e agora com meus filhos já pode doar também, aí já vai todo mundo, já doa junto. A gente só foi lá junto. Doou, aí ela falou pra nós, eu digo que vocês vêm aqui, a gente vai tirar uma foto pra… pra pôr na campanha, pra mostrar a importância de a família doar junto. Eu falei com meus filhos, falou que também ia doar. O nosso sangue é importante então temos que doar. Aí todo mundo topou e agora a gente doa junto”, contou.

Para Francisca, a doação é mais do que um gesto; é um compromisso com a vida e uma forma de transformar a dor em esperança. Ela enfatiza que um ato simples pode salvar até quatro vidas com apenas uma bolsa de sangue.

“E quando você vai lá doar, eu acho que faz mais bem para a gente do que para as pessoas que vão receber, porque você sai de lá com o dever cumprido”, refletiu.

De acordo com a coordenadora do Hemosul de Três Lagoas, Karine Barros, o número de doações é considerado baixo devido à alta demanda dos hospitais. Atualmente, há 10 mil doadores cadastrados, mas apenas 360 são doadores ativos.

“Na segunda quinzena do mês de maio, infelizmente, devido ao frio e dengue e outras arboviroses, nós tivemos uma queda do número significativo. Então, o junho vermelho vem justamente para isso, para incentivar essas doações e para as pessoas que estiverem aptas para que compareçam e façam suas doações, para que melhorem nossos estoques”, explicou Barros.