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Hospital Auxiliadora celebra 106 anos de dedicação, fé e modernização em Três Lagoas

Fundado pela comunidade em 1919, hospital se transformou em referência regional e preserva um legado de cuidado e humanização

Comemoração dos 106 anos contou com o tradicional corte de bolos. Foto: Reprodução/TVC.
Comemoração dos 106 anos contou com o tradicional corte de bolos. Foto: Reprodução/TVC.

O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora completa 106 anos de história. Mais de um século de dedicação ao cuidado com a vida, à evolução da medicina e ao fortalecimento de valores como a fé e a humanização, que transformaram a instituição em uma referência para Três Lagoas e para todo o estado de Mato Grosso do Sul.

O hospital foi fundado em 1919, fruto do esforço e união da própria população três-lagoense. Inaugurado por Dom Francisco de Aquino Correia — à época bispo e também governador do então Estado de Mato Grosso — o Hospital Auxiliadora logo se tornou um pilar fundamental para a cidade. Em 1927, foi criada a Associação Beneficente do Hospital, mas dificuldades financeiras levaram ao fechamento temporário no ano seguinte.

A necessidade de assistência médica impulsionou a doação do hospital pela Câmara Municipal à Diocese, que confiou sua administração às irmãs da Congregação Filhas de Maria Auxiliadora. Assim, em agosto de 1929, chegaram as irmãs Salesianas, que até hoje conduzem a missão com amor e dedicação.

A irmã Iara Poff, coordenadora da Pastoral da Saúde, emocionou-se ao falar sobre a importância dessa caminhada durante as comemorações pelos 106 anos, que incluíram uma alvorada festiva e o tradicional corte de bolos.

“Hoje é um momento de partilha, de alegria e de gratidão pelos nossos 106 anos de vida e história. Em nome da nossa Congregação Salesiana, fundada por Dom Bosco e Madre Mazzarello, agradeço por todas as irmãs que nos precederam nesse trabalho tão bonito e digno. Sabemos que enfrentaram muitas lutas e desafios, mas sempre fundamentadas na missão de levar adiante o carisma Salesiano, com alegria, entusiasmo e amor à vida”, destaca.

A história do Hospital Auxiliadora se confunde com a de Três Lagoas, que no próximo mês celebra 110 anos de fundação. As comemorações deste sábado encerram com uma carreata, saindo da Paróquia São Francisco de Assis às 18h, seguida de uma missa em ação de graças, às 19h, presidida pelo vice-inspetor Salesiano.

Modernização e referência em saúde
Hoje, o hospital ocupa quase um quarteirão inteiro no centro da cidade e conta com cerca de mil funcionários e 270 médicos em seu corpo clínico. Para o diretor técnico e médico, Delson Nascimento, o Auxiliadora vive um período de evolução significativa nos últimos anos. “O hospital entrou numa linha de modernização muito forte nos últimos oito, dez anos. Profissionalizamos a gestão, investimos em um parque tecnológico de ponta, e os resultados são visíveis. Hoje, somos referência em qualidade, com praticamente todas as especialidades médicas. Implementamos a linha materno-infantil de alta complexidade, UTIs, inclusive neonatal, algo raro na região”, destaca o diretor.

O médico Evaristo Jurado Filho, que trabalha na instituição há 36 anos, testemunhou de perto essa transformação. “Comecei aqui em 1989. O hospital hoje é completamente diferente, temos quase todas as especialidades, crescemos em UTI, hemodiálise, atividade cirúrgica. Está 500 vezes mais equipado. Evoluiu acima do seu tempo e é um orgulho fazer parte disso”, afirma.

Laços que atravessam gerações
Histórias de famílias que se entrelaçam com a trajetória do hospital são muitas. Um exemplo é o de Jânio Carlos Otoni, que nasceu no Hospital Auxiliadora, trabalha na instituição como coordenador de processos e viu seus dois filhos também nascerem lá.

A filha, inclusive, hoje é médica na unidade, ao lado do genro. “Nasci aqui em 1960. Meus dois filhos nasceram aqui também. Minha filha é ginecologista obstetra, faz partos no hospital, assim como meu genro. É uma ligação muito forte”, conta com orgulho.

Outro exemplo marcante é o do médico João Gabriel Gonçalves, coordenador do pronto-socorro, que representa a terceira geração da família a atuar no hospital. “Tive meu avô, Erothide Goncalves, que foi ginecologista aqui. Meu pai, João Gonçalves, que trabalhou no pronto-socorro por muito tempo. Agora, estou eu, pela terceira geração, mantendo essa tradição. Além disso, outros familiares também passaram ou ainda atuam aqui”, disse.

Há mais de um século, o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora escreve uma história de fé, amor e compromisso com a vida, sempre olhando para o futuro, mas com raízes profundas no passado e na missão Salesiana de servir com alegria e entusiasmo.