A situação do descarte irregular de lixo nas estradas que dão acesso aos ranchos às margens do rio Sucuriú voltou a gerar preocupação em Três Lagoas. O aumento no volume de resíduos descartados nesses locais tem provocado cobranças da Câmara Municipal e mobilizado a prefeitura, que já planeja ações para resolver o problema.
A secretária municipal de Meio Ambiente e Agronegócio, Mariana Amaral, explicou que a questão é antiga, mas tem se agravado com o crescimento do número de ranchos e da quantidade de lixo gerada. “Nós sabemos que a problemática das lixeiras nos ranchos e nos distritos já vem de longa data e está aumentando. Aumentou o uso desses ranchos, aumentou a quantidade de lixo gerado e também o depósito irregular”, relatou.
Segundo ela, apesar de existir um sistema de coleta regular — realizada três vezes por semana para o lixo domiciliar —, o contrato vigente não prevê a retirada de resíduos de grandes volumes, como galhadas, sofás e até animais mortos, que muitas vezes são deixados de forma inadequada nesses pontos.
“Temos dois problemas: a falta de orientação ou conscientização da população, que faz o descarte inadequado nas lixeiras, ocupando um volume muito maior e espalhando o lixo; e a ausência, atualmente, de um contrato que contemple a limpeza dos grandes volumes nessas áreas”, destacou Mariana.
A prefeitura, conforme a secretária, já está trabalhando para resolver a situação. “O contrato atual está vencendo e um novo processo licitatório já está em andamento. Já fizemos o estudo, a análise, e vamos atender essa nova demanda, que é a coleta de grandes volumes”, informou.
Além das ações administrativas, a prefeitura busca conscientizar a população sobre a importância do descarte correto. “A gente precisa muito que a população faça a sua parte”, ressaltou a secretária, enfatizando que o poder público estuda até a instalação de sistemas de monitoramento para coibir o descarte irregular.
A situação é ainda mais crítica em pontos onde não há lixeiras suficientes, como na região do Gretel. Mariana explicou que ali existiam pequenas lixeiras, mas que hoje estão subdimensionadas diante da quantidade de lixo gerada. “Foi feita uma lixeira substitutiva em uma propriedade, mas ela foi retirada pelo proprietário. Já solicitamos, há cerca de 15 a 20 dias, a instalação de uma nova, que será uma lixeira branca, conforme o contrato ainda vigente”, detalhou.
O lixo domiciliar, como de costume, será recolhido três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas-feiras. Quanto aos resíduos de grandes volumes, a orientação é que sejam levados ao “buracão do Jupiá”, local apropriado para esse tipo de descarte.
A secretária reforçou também a necessidade de conscientização quanto ao destino dos resíduos recicláveis. “A cidade precisa entender que não dá para simplesmente jogar tudo no lixo. O aterro ocupa espaço, envolve todo um estudo para minimizar os impactos. O que precisamos é reduzir, e isso se faz com consumo consciente”, alertou.
Mariana orientou que os moradores separem o lixo reciclável, lavem as embalagens e façam o descarte correto, o que gera renda para as famílias que trabalham nas cooperativas, diminui gastos públicos e reduz a poluição.
Sobre a coleta seletiva, a secretária comentou que algumas pessoas têm relatado a falta do tradicional “saco verde”. Ela garantiu que o trabalho da empresa responsável, a Financial, está sendo monitorado pela prefeitura.
“Se o lixo não for coletado, o cidadão pode mandar uma mensagem para a Secretaria de Meio Ambiente pelo WhatsApp, no número (67) 9182-3258, informando a rua ou o bairro, de preferência com uma foto. Não precisa se identificar. Assim conseguimos cobrar a empresa, que sempre nos atende”, orientou Mariana.
A prefeitura reforça que o combate ao descarte irregular e a promoção de um meio ambiente mais limpo e saudável dependem de uma ação conjunta entre poder público e população. “Cada um fazendo a sua parte, vamos conseguir uma Três Lagoas cada vez melhor”, concluiu a secretária.