A Livraria Leopoldo Machado (livraria espírita), localizada na avenida Antônio Trajano, quase esquina com a rua Paranaíba, centro, pode ser tombada como patrimônio histórico. O responsável por este setor do Departamento de Cultura, Rodrigo Pedroso Fernandes, esteve visitando o espaço e conversando com o representante da livraria para analisar a possibilidade do prédio ser tombado como patrimônio histórico.
Fernandes explicou que existem critérios para o processo de tombamento. “É preciso que o prédio tenha uma representação típica de uma determinada época ou região, algo como uma identidade memorial efetiva. Precisa ter representatividade coletiva e significar todo um processo histórico memorial identitário [que possui identidade]”, esclareceu.
Segundo Rodrigo, a visita teve como finalidade obter mais informações para fazer um resgate documental a fim de verificar a representatividade que a livraria tem para um possível tombamento. Ele disse ainda que o departamento está realizando um levantamento com o objetivo de elaborar um projeto de lei, o qual será encaminhado à aprovação da Câmara Municipal, regulamentando tudo que é considerado patrimônio histórico.
“Patrimônio histórico não são apenas prédios, mas sim documentos, relatos e poesias. Existem várias formas de manter a memória e identidade da cidade. Através de sua história, é possível compreender todo o processo de funcionamento do município”, comentou.
Para um dos voluntários da livraria, Afonso Batista de Almeida, o grupo da Fraternidade Espírita José Xavier, responsável pelo local, o projeto do Shopping a Céu Aberto deveria incluir o prédio na avenida. “Somos a favor da manutenção da livraria, não pelo aspecto doutrinário, mas pelo tempo em que está lá. O valor histórico de uma cidade não se constrói demolindo, mas preservando”, disse.
Almeida informou que eles não querem confronto com o poder público, mas sensibilizar as autoridades e a população sobre a importância daquele espaço, que segundo ele, foi cedido em comodato por 20 anos depois prorrogável por mais 20. “Essa estrutura foi construída na época em que o atual prédio do Correio e da atual Estação Ferroviária foram edificados”, revelou.