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Três Lagoas

Lula destaca importância do Senai na mão-de-obra

"Eles são a prova de que a mão-de-obra do País não é ruim, mas apenas faltava oportunidades de formação"

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Durante seu discurso na inauguração oficial das fábricas de papel e celulose da IP (International Paper) e Fibria em Três Lagoas, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu o Senai como uma entidade capaz de formar, de maneira eficiente, os trabalhadores e possibilitar a essa mão-de-obra oportunidades reais de emprego. As citações foram uma referência aos cursos realizados pela entidade para qualificar a mão-de-obra para atender as demandas das duas fábricas no município.

Ao lembrar que se formou no curso de torneiro mecânico oferecido pelo Senai de São Paulo, o presidente Lula enalteceu que grande parte do sucesso das fábricas de papel e celulose de Três Lagoas se deve ao potencial de formação profissional do Senai. “Eu fico muito feliz quando vejo jovens com o uniforme do Senai, como os que estou vendo aqui hoje. Eles são a prova de que a mão-de-obra do País não é ruim, mas apenas faltava oportunidades de formação. Os nossos trabalhadores não ficam devendo em nada para os da China, Rússia e França”, declarou.

O presidente da Fiems, Sérgio Longen, que também participou da cerimônia de inauguração oficial das duas fábricas no município, acrescentou que o Senai de Três Lagoas foi responsável pela capacitação de 90% dos trabalhadores da IP e Fibria na cidade. “A lembrança do presidente Lula pela excelência do Senai na qualificação de trabalhadores nos deixa orgulhosos e cheios de motivação para continuar executando o nosso trabalho de apoio integral à produção de Mato Grosso do Sul”, disse.

Longen destacou também que a inauguração oficial das fábricas de papel e celulose insere as duas unidades no cenário nacional e internacional, consolidando a produção do maciço florestal de Mato Grosso do Sul. Ele comemorou o anúncio de ampliação da fábrica da Fibria no município feita pelo diretor de indústria Francisco Valério, cujo início deve acontecer a partir de 2013. “Essa data pode até ser antecipada graças à produção atual”, disse o diretor, completando que os jovens formados pelo Senai de Três Lagoas e que foram contratados há um ano vão ser promovidos e novos trabalhadores serão contratados.

O presidente da IP para a América Latina, Jean-Michel Ribieras, e o presidente da Fibria, Carlos Aguiar, também destacaram nos seus respectivos discursos o trabalho de qualificação profissional realizado pela entidade. “Essa parceria com o Senai foi fundamental para o início de operação da nossa fábrica em Três Lagoas”, disse Carlos Aguiar. O representante dos trabalhadores da Fibria, José Carlos Gomes Viana, que é operador de produção de celulose formado pelo Senai de Três Lagoas, reforçou as palavras do presidente da empresa e destacou a qualificação do Senai.

Fábricas

Apesar de inaugurada oficialmente nesta sexta-feira, a fábrica de papel da IP está em operação desde 12 de fevereiro de 2009 e tem capacidade de produzir 200 mil toneladas de papel para imprimir e escrever. Ela é a mais nova fábrica da empresa no mundo e a primeira de papel a ser construída fora dos Estados Unidos, seu país sede.

A unidade entrou em operação e, em apenas seis meses, atingiu a capacidade de produção equivalente ao projetado, o que estava estimado para ocorrer somente em julho de 2010. Durante 2009, a fábrica conseguiu dez recordes de produção e fechou o ano produzindo 166 mil toneladas de papel, 29 mil toneladas a mais que o previsto.

A nova fábrica de papel da IP representa um investimento de US$ 300 milhões e somadas às outras duas unidades instaladas em Mogi Guaçu e Luiz Antônio, no interior de São Paulo, a International Paper tem capacidade de produzir um milhão de toneladas de papel por ano, formando um sistema integrado de produção para atender clientes com diferente tipos de demanda. Deste montante, cerca de 50% é destinado à exportação para América Latina, Estados Unidos e Europa

Já a unidade da Fibria em Três Lagoas, que comporta a maior fábrica de celulose com uma única linha de produção do mundo, tem capacidade para produzir 1,3 milhão de toneladas de celulose branqueada de eucalipto por ano, sendo auto-suficiente em energia e tem como fonte primária a biomassa, proveniente da madeira, uma fonte renovável e principal matéria-prima da celulose da empresa. Diariamente, mais de 3 mil toneladas de celulose são transportadas via ferrovia até o porto de Santos (SP) onde a Fibria possui um terminal exclusivo.

Todo o plantio de eucalipto é feito na região, num raio médio de 60 quilômetros da unidade, o que reduz o custo da operação tornando-a ainda mais competitiva no mercado. A base florestal conta com uma área de 155 mil hectares plantados com eucalipto e 68 mil hectares de preservação. A unidade começou a operar em 30 de março de 2009 e teve um investimento de R$ 3,8 bilhões.