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Três Lagoas

Maioria dos que se tratam na cidade eram viciados em crack

Problemas decorrentes do consumo do crack atingem 74,3% das cidades brasileiras

Jovens passam a desenvolver várias atividades como forma de tratamento -
Jovens passam a desenvolver várias atividades como forma de tratamento -

A maioria dos dependentes químicos que se trata no programa de recuperação Desafio Jovem, da Igreja Peniel, era viciada em crack. De acordo com o terapeuta e diretor do Desafio Jovem, Márcio Batista Moreira, atualmente, 60 pessoas, com idades a partir de 18 anos, estão internadas no centro de reabilitação. Dessas, 50 consumiam crack. 

 Essa droga foi classificada como epidemia pelo Ministério da Saúde (MS). Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional de Municípios, divulgada em dezembro do ano passado, mostrou que pelo menos 74,3% das cidades brasileiras enfrentam problemas com o consumo de drogas.

Em Três Lagoas, o crack está entre as drogas mais apreendidas pelas polícias Civil, Militar e Federal. Embora ele possa causar dependência a partir do primeiro dia em que o usuário o consome, é possível superar o vício com tratamentos específicos. No Desafio Jovem, por exemplo, uma equipe composta por 30 profissionais voluntários empenha-se para desenvolver atividades e terapias ocupacionais para que os pacientes possam superar o vício.

Segundo Moreira, o primeiro procedimento realizado no programa é a triagem. Os interessados em se tratar, que chegam ao local de forma voluntária, permanecem na sede de triagem, no bairro Vila Alegre, por 15 dias. “No local, eles passam a conhecer melhor a metodologia aplicada na entidade para o tratamento”, explicou. Após esse período, são encaminhados para a fazenda “Lar da Paz”, onde passam a participar da rotina das pessoas que já se encontram no local.

Na fazenda, passam a cumprir horários. Trabalham na horta, em reciclagem, artesanato, serralheria, entre outros. Eles têm ainda horários de lazer e podem jogar futebol e malhar na academia ao ar livre. São realizados ainda momentos de meditação e cultos evangélicos.

Segundo Moreira, os dependentes químicos chegam ao programa “destruídos” e sem esperança, porém,  após alguns dias, a mudança já é evidente. “Eles passam a perceber que para tudo nessa vida tem solução e que se apegando a Deus tudo fica mais fácil de ser resolvido. Eles passar a exercer a fé”, destacou.

Moreira disse ainda que o programa realiza um trabalho com as famílias. “Realizamos um trabalho em conjunto com os familiares porque o apoio da família é fundamental para a superação”, disse. Ele destacou ainda que o índice de recuperação hoje é de 80%.

Os usuários que têm o desejo de se tratar podem ir até a sede da triagem localizada na rua David Alexandria, número 3.857, no bairro Vila Alegre.